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Folha de São Paulo homenageia piauiense de Parnaíba

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A casa de Ormesinda Silva da Graça, em Parnaíba, no Piauí, estava mais para creche. Além dos três filhos que teve, passaram por lá mais de dez crianças. Apelidada de Vó Dinha, foi mãe de muitos. Quem conta a história é Maria de Fátima, que foi criada por ela e hoje é médica em Belo Horizonte (MG). O pai de Maria de Fátima, também médico, trabalhava em Parnaíba e se dedicava à construção de um hospital.
 
Certo dia, ao atender uma mulher, ficou impressionado com a história daquela paciente que pegava crianças para criar: era Ormesinda. Como o trabalho tomava quase todo tempo dele e da mulher, o médico resolveu deixar a filha Maria de Fátima sob os cuidados dela.
 
 Vó Dinha, que aprendeu a costurar aos 13 anos, fez de tudo: vendeu joias baratas que comprava no Ceará, trabalhou em bar e foi sacoleira -vinha a São Paulo, onde adquiria roupas e sapatos para revendê-los em sua terra. Aos 18, casou-se com um viúvo de 40 anos. Foi com ele que teve seus filhos, mas, no início dos anos 60, se separou.
 
Acolhia crianças órfãs, filhos de pais doentes ou de famílias em condições difíceis. "A primeira coisa que ela fazia era mandar as crianças ao dentista", lembra Maria de Fátima. Ótima cozinheira, dizia que toda criança nascia boa; só precisava de carinho, ordem, religião e comida. Pegou a última criança para criar aos 75 anos. Viveu 96. Morreu domingo, de pneumonia. A missa de sétimo dia foi ontem, em Parnaíba.
 
Fonte: Folha
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