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Richarlison conta que psicóloga "salvou" sua vida após depressão

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Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Richarlison, atacante do Tottenham e camisa 9 da Seleção Brasileira na última Copa do Mundo, abriu o coração sobre a depressão enfrentada por ele após a competição, em 2022.

"Tinha acabado de disputar uma Copa do Mundo, no meu auge. E estava chegando no meu limite mesmo, sabe... De sei lá, não vou falar se matar, mas, tipo, eu estava numa depressão ali, e estava querendo desistir", contou o atacante em entrevista ao canal ESPN.

Abraçado pelos brasileiros durante a Copa e dono do gol mais bonito da competição, eleito pela Fifa, ele viu tudo mudar após a eliminação para a Croácia. Triste com a saída do torneio, Richarlison ainda virou alvo de torcedores nas redes sociais. Para piorar, enfrentou questões pessoais no mesmo período.

O jogador afirmou que a psicóloga salvou, literalmente, sua vida. "A psicóloga, querendo ou não, me salvou, salvou minha vida, porque eu só pensava besteira. No Google mesmo, eu só pesquisava besteira, só queria ver besteira de morte", disse ele.

O preconceito com o trabalho do psicólogo do esporte foi deixado de lado por ele e agora virou admiração.

"Eu tinha esse preconceito antes. Achava que era frescura, achava que eu estava doido. Na minha família mesmo tem pessoas que acham que quem vai para o psicólogo é louco, acha que é doido. Mas eu descobri isso e achei maravilhoso. A coisa melhor, a melhor descoberta que eu tive na minha vida mesmo", contou.

Para psicólogos do esporte consultados pelo SBT News, o posicionamento de atletas como Richarlison sobre a importância da saúde mental ajuda a romper uma barreira.

"Quando atletas, treinadores e dirigentes aceitam o trabalho e, mais do que aceitar, eles entendem e valorizam, eu não tenho dúvidas que dessa forma o departamento de psicologia do esporte estará cada vez mais presente, cada vez mais estruturado dentro dos clubes, dentro do esporte de alto rendimento", afirma Augusto Carvalho, psicólogo do Red Bull Bragantino.

No Brasil, 13 dos 20 clubes da série A do Campeonato Brasileiro disputado em 2023 possuíam departamento de saúde mental. Para Augusto, a oferta é fundamental para que os atletas e profissionais do clube façam um trabalho de excelência. "O psicólogo do esporte, muitas vezes, é o psicólogo da instituição. Então ele é o principal responsável, ou um dos principais responsáveis, por estar cuidando, cultivando as boas relações, as relações interpessoais, um ambiente saudável, por estar cuidando da saúde mental não só dos atletas, mas da instituição como um todo", diz ele.

Rodrigo Acioli, vice-presidente da Associação de Psicologia do Esporte do Rio de Janeiro (ASSOPERJ) e conselheiro do Conselho Federal de Psicologia, acredita que o posicionamento dos profissionais do esporte pode influenciar e beneficiar a sociedade como um todo. "A sociedade vê tudo isso acontecendo e fala 'caramba, se meus ídolos, minhas referências fazem isso, eu também posso fazer, eu devo fazer'", afirma.

"Mais importante é esse reconhecimento. As pessoas entenderem que não é mais sinônimo de loucura, alguns rótulos caem por terra. É tirar essas discussões debaixo do tapete e as pessoas se sentirem à vontade de verbalizar e compartilhar as suas experiências e como que elas lidam com isso", completa Acioli.

Fonte: Sbt News

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