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"Ele é um monstro, destruiu a minha família", diz mãe de criança autista vítima de estupro; professor foi preso

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Foto: Bárbara Rodrigues/Cidadeverde.com

Por Bárbara Rodrigues

"Ele é um monstro, destruiu a minha família", foi assim que uma mãe de 24 anos descreveu o professor e assessor político Milton Pereira da Silva, que foi preso no último sábado (6) pelo crime de estupro contra o seu filho, um menino autista de 8 anos. A mãe conhecia o suspeito e exames de corpo e delito comprovaram o estupro. O professor confessou o crime para a polícia e alegou que estava alcoolizado.

A vítima é um menino com espectro autista de nível 1, que está no 4º ano do Ensino Fundamental, e que também tem microcefalia. Apesar de ter algumas delimitações, ele consegue se comunicar de forma eficiente com a família, o que foi essencial para que o suspeito fosse preso logo após o crime.

O caso ocorreu no bairro Cidade Nova, em Timon. A mãe tem 24 anos e três filhos autistas, que requerem muito tempo e atenção, por isso aos finais de semana ela trabalha como manicure em um estabelecimento comercial da sua tia. No local, ela recebe vários clientes.

Foto: Bárbara Rodrigues/Cidadeverde.com

Ao Cidadeverde.com, ela relatou que no dia do crime, fazia o atendimento de uma cliente no estabelecimento da tia, quando o filho de 8 anos pediu para ir ao banheiro, que fica nos fundos do local. Ao retornar, o menino começou a agir de forma estranha, insistiu para voltar para casa e depois acabou revelando que quando saiu do banheiro, foi abordado pelo professor.

"Ele estava ao me lado, quando pediu para ir ao banheiro. Como é um local que ele já conhece, ele foi sozinho, e demorou cerca de 3 a 5 minutos. Foi muito rápido. Foi quando ele [o professor] entrou pelos fundos, jogou meu filho contra a parede e desceu a bermuda dele, e cometeu o ato. Quando meu filho retornou para mim, eu percebi que estava estranho, queria ir embora e pedindo outra roupa. Minha irmã deu uma roupa para ele, e ele pedindo para vir para casa. Já em casa, vimos que a roupa dele tinha sangue, e ele acabou relatando tudo que aconteceu para o pai", explicou a mãe.

Imediatamente a família procurou uma unidade de saúde, mas foi orientada a ir na Central de Flagrantes e depois foi feito o exame de corpo e delito que comprovou o estupro. Logo depois Milton Silva foi preso no bairro Parque Piauí, em Timon, e segundo a polícia, ele confessou o crime, onde alegou que estava bêbado.

Foto: Breno Moreno/ Cidadeverde.com

Abuso sexual foi constatado após exame no IML de Timon

"No IML foi constatado que meu filho foi abusado, e a roupa dele ficou lá. No momento que ele foi preso, ele confessou tudo, disse que estava bêbado, mas é mentira, ele não tinha bebido nada", disse a mãe.

O preso é bastante conhecido na região. “Ele é muito comunicativo, conversava sobre política, dizia ser professor. Bastante conhecido por aqui, já tinha visto ele, várias vezes por lá. Até onde eu saiba, ele não estava mais trabalhando como professor, estava trabalhando no almoxarifado de um hospital e envolvido com política. Ele se aproveitou de um momento de fragilidade de uma criança que estava sozinha para fazer um negócio desses”, relatou.

O menino vai começar hoje sessões de terapia, mas a família não sabe como conseguirá se recuperar do que aconteceu.

“Ele se diz ser professor, mas ele não é professor, é um monstro, porque o que ele fez, ele acabou com a minha vida, destruiu a minha família, estamos todos arrasados, não sabemos nem o que fazer”, lamentou a mãe.

Menino está triste

Foto: Bárbara Rodrigues/Cidadeverde.com

Ele adora deixar seus brinquedos organizados

Além de enfrentar os desafios como uma criança autista, agora a vítima vai precisar lidar com os impactos causados pelo estupro. A família já sente que ele mudou.

“Ele está muito retraído, era muito brincalhão, ele adorava conversar, adorava contar tudo que ocorreu no dia dele, detalhava cada coisinha, mas agora ele está muito triste. Ele não está comendo e nem bebendo água, só quando a gente insiste, pois ele está com medo de fazer xixi e doer, pois ele disse que está doendo muito. Está muito inchado e doendo. Já é uma situação complicada só por ele ser autista, imagina com o trauma que ele está passando”, lamentou a mãe.

A família espera que o professor continue preso. “Eu espero que seja feita Justiça, pois ele está preso, e não queremos que isso fique calado, para ninguém esquecer a cara dele, que isso não fique impune, que ele pague pelo que fez”, finalizou.

 

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