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Entenda como funciona vacina que dá esperanças contra o câncer de pâncreas

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Testes em humanos divulgados no domingo (7), no encontro anual da Associação Americana para Pesquisa em Câncer (AACR), nos Estados Unidos, mostram que a vacina pode "ensinar" o sistema imunológico a reconhecer e atacar um dos cânceres mais letais do mundo.

Dentre os 16 pacientes que participaram do ensaio clínico de fase I, conduzido no Centro de Câncer Sloan Kettering Memorial, em Nova York, oito apresentaram uma resposta imune capaz de impedir o avanço do câncer por até 3 anos (18 meses). Nos demais pacientes, a doença voltou (teve recidiva) após 13 meses.

Como a vacina age no corpo?

A vacina usa a tecnologia mRNA, ou RNA mensageiro, e é produzida pela BioNtech, empresa que criou um imunizante contra a Covid-19 com a mesma técnica. O RNA mensageiro é uma molécula que carrega as informações genéticas necessárias para fazer a síntese de proteínas específicas. Os pesquisadores identificaram moléculas na superfície tumoral dos pacientes e desenvolveram antígenos a partir delas. Isso também pode ser feito com superfície de vírus (como no caso do coronavírus causador da pandemia) e bactérias.

No caso do estudo, as vacinas foram feitas individualmente, usando as informações sobre as mutações que geraram o tumor pancreático de cada paciente, para gerar um neoantígeno, uma substância reconhecida pelo sistema imune adaptativo. Com isso, as células de defesa do corpo puderam desenvolver uma resposta imunológica direcionada e personalizada para que os anticorpos fizessem o reconhecimento e atacassem o corpo estranho (tumor) produzido pelo câncer.

Em outras palavras, o próprio sistema imunológico foi ensinado a reconhecer e eliminar o tumor.

Na divulgação do estudo, os pesquisadores apontaram que a tecnologia utilizada pela vacina foi capaz de "superar uma barreira fundamental para vacinas" contra o câncer que é gerar células T funcionais – tipo de célula do sistema imunológico capaz de produzir anticorpos para destruir células cancerosas.

"O mRNA pode, portanto, cumprir um requisito fundamental para vacinas eficazes contra o câncer", escreveram os pesquisadores

Câncer de pâncreas é um dos mais letais

Marcelo Resende, Patrick Swayze, Steve Jobs, Luciano Pavarotti e Aretha Franklin. Todos eles morreram por câncer de pâncreas. Em 2020, 466 mil pessoas faleceram devido à doença no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a doença é causa da morte de 12 mil pacientes por ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O Hospital Albert Einstein aponta que a alta taxa de mortalidade da doença se deve ao fato de ser de difícil detecção, o que leva, em geral, a um diagnóstico tardio, e ao comportamento agressivo desse tipo de tumor.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) informa que o diagnóstico é feito por exames de imagem, de sangue e, em algumas situações, necessita biópsia. "Infelizmente não existe uma maneira de fazer preventivamente o rastreamento e o diagnóstico", aponta.

Segundo o Einstein, o tabaco aparece como principal fator de risco para o surgimento desse tipo de câncer.

 

Fonte: SBT News

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