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Gizele Vitória foi morta porque morava em local dominado por uma facção rival, diz promotor João Malato

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  • Tribunal do Juri - caso Sereia Barbara Rodrigues/ Cidadeverde.com

Por Bárbara Rodrigues 

A 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina, no Fórum de Teresina, iniciou nessa terça-feira (7) o julgamento de Igor Rodrigues de Sousa, conhecido como “Lucas Ryan”, pelo assassinato de Gizele Vitória Silva Sampaio, mais conhecida como Sereia, de 17 anos. O crime ocorrido em 2021 ganhou bastante repercussão por ser uma execução do Tribunal do Crime, onde foram divulgadas fotos da vítima dentro de uma cova, antes de ser assassinada, e também porque ela chegou a enviar uma mensagem para a família afirmando que seria morta.

O julgamento iniciou por volta das 8h30, e é comandado pela juíza Maria Zilnar Coutinho. O promotor de Justiça João Malato, que é o responsável pela acusação, disse que Gizele foi morta porque seria membro de uma facção, mas morava em uma área comandada por um grupo rival.

"A polícia fez um trabalho muito bom, com a quebra dos sigilos telemáticos, e verificou-se que ele marcou um encontro com a vítima na madrugada do dia 8 de março. E após ele ter pego a vítima em casa, ela não foi mais vista, e depois o corpo dela foi encontrado quase dois meses depois. A investigação concluiu que o acusado é membro de uma facção e a vítima seria supostamente de outra. O lugar onde ela residia era dominado por outra facção, então esse seria o motivo da morte dela, porque ela morava em um local dominado por uma facção rival. Então foi um crime premeditado, pois levou a vítima até esse lugar e fez uma execução conhecida como Tribunal do Crime. E uma amiga recebeu fotos pelo Whatsapp dela cavando a própria cova,  e nessas imagens mostra uma pessoa com a pistola apontando para a vítima. Posteriormente teve outra imagem dela morta dentro dessa cova", explicou o promotor João Malato.

Igor responde por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, com recurso que impossibilitou a defesa e feminicído, além de ocultação de cadáver.

"Só pelo homicídio triplamente qualificado a pena varia de 12 a 30 anos, a ocultação de cadáver são mais 2 anos, então as provas são contundentes e com certeza vamos fazer Justiça", declarou o promotor.

Foto: Reprodução/Whatsapp 

Após o início do julgamento, a avó de Gizele foi a primeira a prestar depoimento. Outras testemunhas serão ouvidas, e o julgamento segue sem previsão de encerramento.

Defesa alega inocência 

O advogado Assis Silva, que faz a defesa de Igor Rodrigues, afirmou que ele é inocente e disse que não existem provas de que ele foi o responsável pelo homicídio.

"Vai ser devidamente comprovado nos autos do processo de que não houve a autoria. O Igor não participou de forma alguma de qualquer das condutas que foram apontadas como responsáveis pela morte da menina Gizele. O hálibi dele é que em nenhum momento as investigações conseguiam colocar ele em contato com a vítima e muito menos no local onde os restos mortais da vítima foram encontrados. Mesmo após todo um arcabouço investigatório em que a polícia fez rastreamento via Google, via nuvem, via WhatsApp, via Facebook, Claro e via Tim, não conseguiram em nenhum momento comprovar. Colocar o telefone que foi rastreado do Igor junto ao telefone da vítima da menina Gizele que conforme todos os depoimentos, a todo tempo ela estava com o celular", afirmou.

O advogado negou que Igor seja um faccionado, mas confirmou que eles teriam marcado um encontro, antes dela ser morta.

"Ele marcava encontros com várias meninas, ele é um rapaz jovem, bonito, ele marcava por vezes, ele se encontrava com essas meninas, às vezes ele marcava com mais de uma menina para ver se conseguia ficar com alguma, ao longo da noite, nada mais natural, fazer uso das redes sociais para conseguir paqueras, mas a gente vai provar conforme a própria investigação que foi feita pela polícia de que todas as imputações a ele atribuídas não são verdadeiras, nós no momento nenhum estamos negando que o fato aconteceu, de que existe um crime bárbaro a ser apurado, mas que o primeiro direito de todo cidadão é o de ser bem acusado", destacou Assis Silva.

O crime

No dia 28 de abril de 2021, familiares da vítima receberam, através de mensagem de WhatsApp, fotografia de Gizele Vitória, aparentemente morta, dentro de uma cova. O corpo dela só foi encontrado no dia 22 de maio daquele ano, após uma ossada, ser localizada na beira do Rio Poti, na região da Vila Mocambinho, dentro de uma cova rasa.

Segundo o Ministério Público, no dia do desaparecimento a jovem tinha marcado de se encontrar com o Lucas Ryan, onde ele foi até a residência dela e logo depois a adolescente desapareceu. O crime teria ocorrido devido a uma rixa entre facções criminosas, porque a vítima afirmava ser de uma fação, e estava indo para um local frequentado por membros de outra facção.

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