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“A cultura privilegia os homens e perpétua a violência contra as mulheres”, diz desembargador Ricardo Gentil

Por Yala Sena

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

O desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí, Ricardo Gentil Eulálio, do Núcleo de Violência Doméstica do TJ, afirmou que o machismo contribui para a violência contra as mulheres e defendeu que a luta contra o feminicídio e a violência doméstica é uma responsabilidade de todos.

“Embora a igualdade entre os gêneros esteja garantida na  Constituição de 1988, na prática ainda há uma cultura que privilegia os homens e perpétua a violência contra as mulheres. Dentre os fatores contribuintes para essa realidade está o machismo que desempenha papel fundamental, pois engloba a percepção das diferenças entre homens e mulheres como resultado de uma construção sociocultural e isso acarreta comportamentos violentos”, disse o desembargador durante audiência pública que anunciou que o TJ ultrapassou a meta de julgamento nos casos de violência as mulheres. 

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“A luta contra o feminicídio e a violência doméstica é uma responsabilidade de todos nós, de todos os setores da sociedade”, ressaltou.

O magistrado lembrou que o Brasil é um país que lidera o número de casos de violência as mulheres e está ligado a fatores de ordem cultural, social e econômico. 

“Esse binome feminicídio e violência doméstica é um fenômeno global que ultrapassa as fronteiras culturais, sociais, econômicas, sendo frequentemente o desfecho trágico de um ciclo contínuo de violência doméstica”, disse Ricardo Gentil. 

Ele lembrou que o feminicídio é o ato de assassinar uma mulher por razões de gênero impelido pelo preconceito, desigualdade e abuso de poder. 

“É um problema complexo, perpetuada de várias formas, são vários os tipos de abusos. A cultura machista acompanha a sociedade desde a história antiga como elemento de opressão as mulheres”, ressaltou. 

Ricardo Gentil ressaltou a importância do movimento feminista e da lei Maria da Penha. 

“A Lei Maria da Penha não apenas protege as mulheres, mas também responsabiliza e educa os agressores. A violência doméstica é, acima de tudo, uma violência dos direitos humanos. Acredito que com esforço coletivo e comprometimento podemos criar uma sociedade mais segura e justa para todas as mulheres. A tarefa é árdua e a jornada é longa, mas cada passo conta”, disse o desembargador. 

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