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Cantora Camila Campos e o câncer na gravidez: veja quais tratamentos podem ser feitos

Por SBT News

 

A cantora gospel Camila Campos, casada com o ex-jogador de futebol conhecido como Leo Zagueiro, ídolo do Cruzeiro, foi diagnosticada com câncer de mama em estágio avançado. A artista está grávida de sete meses da segunda filha, que se chamará Sophia, e revelou a doença por meio de uma publicação conjunta com o marido nas redes sociais, nesta quinta-feira (11).

"Recentemente, após fortes dores, Camila foi diagnosticada com câncer de mama em estágio avançado e precisou ser internada para tratamento. Para quem não sabe, Camila também está grávida de 7 meses da pequena Sophia", diz o comunicado.

Camila e Leo disseram que o diagnóstico é "assustador e desmotivante aos olhos da medicina", mas afirmaram estar confiantes na recuperação da cantora.

A combinação de um diagnóstico de câncer com a gravidez exige uma abordagem médica cuidadosa e multidisciplinar para garantir a segurança tanto da mãe quanto do bebê. Para mulheres grávidas, como o caso de Camila, as opções de tratamento devem ser cuidadosamente consideradas para equilibrar os benefícios para a mãe e os riscos para o feto.

“O tratamento pode incluir cirurgia (mastectomia ou lumpectomia), geralmente considerada segura durante a gravidez; quimioterapia, que pode ser administrada com cautela no segundo e terceiro trimestres, evitando-se o primeiro trimestre devido ao risco de malformações congênitas", explica Vinicius de Borba Marthental, cirurgião oncológico do Hospital Edmundo Vasconcelos. "A terapia hormonal, a terapia-alvo e a radioterapia geralmente são evitadas durante a gravidez devido aos riscos para o feto”.

Segundo o especialista, não existem protocolos específicos universais para o tratamento de gestantes. As decisões são individualizadas, considerando o tipo e o estágio do câncer, a idade gestacional e as preferências da paciente. “O tratamento deve ser decidido por uma equipe multidisciplinar composta por oncologistas, obstetras especializados em gravidez de alto risco, cirurgiões oncológicos, radioterapeutas e pediatras neonatais", diz o médico. "A abordagem individualizada e cuidadosa, orientada pelas diretrizes médicas e pelas necessidades específicas da paciente e do feto, é crucial para garantir os melhores resultados possíveis tanto para a mãe quanto para o bebê”.

Ele explica que o tratamento pode variar conforme o estágio da doença. “Há casos em que a cirurgia será o suficiente. Em outros, além do procedimento cirúrgico, é necessário algum tratamento complementar, como radioterapia e/ou quimioterapia. Além disso, quanto mais precoce for o estágio do câncer no momento do diagnóstico, maiores serão as chances de cura. A abordagem detalhada é essencial para garantir que cada paciente receba o tratamento mais adequado com base na extensão e na disseminação do câncer, conforme as diretrizes de tratamento”, afirma.

Riscos e desafios

Em alguns casos, a ideia de antecipar o parto para iniciar tratamentos mais agressivos pode ser considerada, revela Vinicius Marthental. O cirurgião oncológico afirma que as taxas de sobrevida para mulheres grávidas e não grávidas com o diagnóstico não têm muita diferença.

“Estudos indicam que, quando tratadas adequadamente, as taxas de sobrevida para mulheres grávidas com câncer de mama são semelhantes às de mulheres não grávidas na mesma faixa etária e estágio da doença”, afirma.

As opções de tratamentos também podem trazer riscos. “A quimioterapia pode causar aborto espontâneo, malformações congênitas (especialmente se administrada no primeiro trimestre), prematuridade, baixo peso ao nascer e complicações neonatais. No segundo e terceiro trimestres, o risco de malformações é menor. Já a radioterapia geralmente é contra indicada durante a gravidez devido ao risco de malformações congênitas e danos ao feto”, explica.

Adiar o tratamento até o parto também pode ser uma opção em casos selecionados, especialmente se o câncer for detectado no final da gravidez e tiver um crescimento lento. “Os riscos, no entanto, incluem a progressão do câncer, tornando-o mais difícil de tratar posteriormente. A decisão deve ser cuidadosamente discutida entre a paciente e a equipe médica, considerando os riscos para a mãe e o feto”, reforça.

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