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Paradesporto: o caminho entre a reabilitação e o alto rendimento no Brasil

Por Pâmella Maranhão

Foto: Agita Comunicação

Keyla Barros

Os Jogos Paralímpicos irão iniciar no dia 28 de agosto e vão até dia 8 de setembro e o Piauí terá três representantes. Como sabemos o Brasil é uma potencia paralímpica. Porém, o caminho para a maioria desses nomes que buscam o esporte como ferramenta de reabilitação e inclusão social até se transformarem em atletas de alto rendimento é árduo e cercado de dificuldades.

Luís Carlos Cardoso que na canoagem vai para sua terceira participação paralímpica e busca sua segunda medalha. E as estreantes Keyla Barros, no atletismo em que irá disputar a prova dos 1.500m e na esgrima em cadeira de rodas, Rayssa Veras, nascida em Teresina, mas cresceu em São Paulo.

As maiores dificuldades nesse processo de construção de um atleta no paradesporto passa por muitas questões – desde de transporte para o próprio atleta e família, passando pelo desconhecimento das modalidades e chegando a falta de estrutura.

 “O primeiro desafio que já podemos destacar é da própria pessoa com deficiência saber que pode praticar um esporte, pois é muito voltado geralmente par ao lúdico, uma reabilitação, para uma recuperação que é valido e necessário, mas nos sabemos que também é possível essa questão do esporte, da pratica esportiva. Existe uma precariedade na disseminação do esporte mesmo, das modalidades esportivas. É uma realidade nacional, as vezes falta um espaço, outras vezes tem um espaço mais falta um transporte para levar essa pessoa até o espaço e aí entra a questão dos obstáculos desde uma pessoa formada para ensinar esse esporte”, pontuou o professor e pesquisador da UFPI, Sérgio Parmezanni.

Marcos Antônio - Marcão

Dentro dessa realidade de dificuldades, mas ao mesmo tempo enxergando o paradesporto como um lugar de inclusão social está o Marcos Antônio, Marcão, de 55 anos e atleta na categoria veteranos de tênis de mesa. Após um grave acidente de moto que sofreu no ano de 2018 ele precisou trocar os kimonos do judô, pelas raquetes. O recomeço no novo esporte também se tornou um divisor de águas na vida pessoal.

“Eu quase tive a amputação do meu joelho abaixo por conta desse acidente e graças aos meus parentes e médicos que conseguiram salvar minha perna, mas foi muito demorado, pois eu tive muita perda de massa e tecido, mas eu pensava todo momento e dizia para mim mesmo que iria voltar a andar, mas consigo hoje em dia andar se eu tiver calçado. Quando me recuperei minimamente e comecei a tirar a muleta resolvi voltar para paixão numero 1 da minha vida que era o judô, mas eu vi que não dava mais. Eu ocioso comecei a procurar outra modalidade e conheci o tênis de mesa e foi um divisor de águas na minha vida”, afirmou Marcão, atleta da categoria T10, para deficientes andantes.

O Brasil terá 254 atletas na delegação brasileira que irão representar o país em 20 das 22 modalidades nesta que será 17ª edição de Jogos Paralímpicos. O Brasil ficou em sétimo lugar geral no quadro de medalhas nos jogos de Toquio e objetivo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é pelo menos repetir o feito, em Paris.

 

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