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Hidrogênio Verde: Consórcio Nordeste assina o primeiro contrato comercial do país

Por Redação

Foto: Reprodução

O Consórcio Nordeste assinou nesta quinta-efira (22) o primeiro contrato de comercialização de hidrogênio verde do país, posicionando o Nordeste como protagonista na revolução verde que está moldando o futuro da economia mundial. O ato se deu em parceria com o governo do Rio Grande do Norte, cuja governadora, Fátima Bezerra (RN), é também a presidenta do consórcio.

O contrato foi firmado entre a CPFL Energia e a Mizu Cimentos, com o apoio estratégico do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, para investimento em torno de R$ 40 milhões em tecnologia de produção de hidrogênio verde até 2030. O ato também marcou a primeira nota fiscal emitida no Brasil em torno do Hidrogênio Verde.

Trata-se do primeiro empreendimento no país voltado à instalação de uma unidade piloto para produção de hidrogênio verde voltada à indústria de cimento. A governadora e presidente do Consórcio Nordeste Fátima Bezerra, o secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, Sílvio Torquato, o adjunto, Hugo Fonseca, e diretores das duas empresas estiveram no ato que, além de contribuir para os estudos de aprimoramento tecnológico e amadurecimento do mercado de transição energética, permitirá a avaliação da aplicação do hidrogênio verde no processo de produção do cimento.

A parceria é desdobramento de um memorando de entendimento (MoU) entre a CFPL e o Governo do Estado, firmado em novembro de 2023, para explorar as possibilidades de desenvolvimento do hidrogênio verde e suas potenciais aplicações no setor elétrico. A parceria tem entre os objetivos desenvolver soluções inovadoras para a transição energética.

Desenvolvido pela área de inovação da CPFL Energia e financiado pelo Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), o novo projeto que será implantado no Estado prevê uma planta-piloto de produção de hidrogênio verde utilizando energia renovável para alimentar um eletrolisador. O hidrogênio produzido será aplicado nos fornos rotativos da Mizu Cimentos, localizados na cidade de Baraúna, contribuindo na produção de clínquer, componente essencial na fabricação do cimento.

A expectativa é que a planta de hidrogênio comece a operar em 2027, seguida por um período de monitoramento de seis meses para medir o impacto real do hidrogênio verde na redução de emissões de CO₂, que pode chegar a 12,5 toneladas por ano.

O potencial do Nordeste para o Hidrogênio Verde

A região Nordeste do Brasil se destaca como um verdadeiro celeiro de energias renováveis, com um potencial excepcional para a produção de hidrogênio verde. De acordo com os dados mais recentes das Secretarias de Desenvolvimento Econômico dos Estados (maio/2024), os estados do Nordeste possuem projetos em desenvolvimento que somam 72,8 GW de eletrólise, com a capacidade de produzir 11 milhões de toneladas de hidrogênio verde por ano. O Piauí lidera com 21,4 GW de eletrólise e 23 Memorandos de Entendimento (MOUs), seguido pela Bahia, com 14,3 GW de eletrólise. Sergipe, com um único MOU, já projeta 14,0 GW de eletrólise, e o Maranhão tem 10,0 GW em desenvolvimento. O Ceará, com 13,7 GW de eletrólise e 36 MOUs, é outro grande destaque, enquanto o Rio Grande do Norte, estado que sediará a assinatura do primeiro contrato comercial de hidrogênio verde, possui 5,2 GW de eletrólise em 13 MOUs. Pernambuco e Alagoas também contribuem para essa revolução energética, com 3,2 GW e 3 MOUs, e projetos emergentes nos demais estados. Esses números refletem o compromisso e a capacidade do Nordeste de liderar o Brasil e o mundo na transição para uma economia de baixo carbono, atraindo investimentos significativos e consolidando a região como um pilar fundamental na produção de hidrogênio verde.

Foto: Reprodução

O protagonismo do Nordeste

O Nordeste já é responsável por mais de 85% da produção de energia renovável no Brasil, com o Rio Grande do Norte à frente dessa transformação. A assinatura deste contrato reflete o papel de vanguarda que a região desempenha, não apenas dentro do Brasil, mas também no cenário global. 

Este avanço segue o momentum gerado na semana passada, quando o Consórcio Nordeste, representado pelo governo do Rio Grande do Norte, firmou um memorando de entendimento com a Associação Brasileira da Indústria de Hidrogênio Verde (ABIHV). Esse memorando foi o pontapé inicial para a criação de uma sólida cadeia de valor para o hidrogênio verde no Brasil, posicionando o Nordeste como um hub global de energia limpa e atraindo olhares internacionais para a região.

Fernanda, representante da ABIHV, destacou a importância desta parceria: "Estamos extremamente felizes em firmar este acordo com o Rio Grande do Norte e o Consórcio Nordeste. Agora que temos um marco regulatório sólido sancionado pelo presidente Lula, podemos atrair investimentos de forma mais eficaz e segura, beneficiando tanto o Brasil quanto o Nordeste, que tem um potencial incomparável em energias renováveis".

Luiz, também representante da ABIHV, complementou: "O trabalho da governadora Fátima Bezerra em Brasília tem sido fundamental para o avanço das energias renováveis no Brasil. Este memorando é apenas o começo de uma nova era, onde o hidrogênio verde será um dos pilares da economia brasileira, gerando empregos e atraindo indústrias para o Rio Grande do Norte".

O memorando assinado com a  ABIHV e contrato a ser assinado em Natal entre a CPFL energia e a MIZU CIMENTOS é visto como o pontapé inicial para uma série de projetos que vão transformar a paisagem econômica do Nordeste, criando oportunidades de emprego, atraindo investimentos e reforçando a infraestrutura necessária para o crescimento da indústria de hidrogênio verde. O secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, Hugo Manso, destacou a importância da colaboração com a ABIHV, que reúne empresas de ponta com expertise global, como um fator essencial para o sucesso do setor.

"Estamos extremamente animados com essa parceria. Trabalhar com uma associação que representa um pool de empresas multinacionais nos permite planejar e implementar políticas públicas e infraestrutura de maneira mais eficiente e escalável", afirmou Hugo.

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