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Indira Gomes ousa e produz matéria usando poemas; Veja

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As transmissões do programa especial “Teresina É Show”, realizado pela TV Cidade Verde, durante toda semana, em homenagem aos 157 anos da capital, iniciou pelo Poty Velho, zona Norte, nesta segunda-feira.
 
 

O bairro Poti Velho foi o palco utilizado e os ceramistas receberam destaque. A repórter Indira Gomes, transformou em poesia a vida dos oleiros, que através do trabalho pesado produzem barro, tijolo, arte.

Confira o poema sobre o Pólo Ceramista de autoria da jornalista Indira Gomes:

A arte do Poty há muito Teresina encanta
Da vida dura na olaria por aqui ninguém se espanta.
Não tem dor. Não tem sofrimento,
Trabalho pesado não é tormento

Há quem tire o barro da terra
Há quem molde sem muita espera
De braço forte e mão ligeira,
Já se faz mais uma carreira

Depois da base vão aos pares
Sem que nenhum vá pelos ares
Logo são dezessete
só o limite do braço, faz com ela que se aquiete

Trinta e quatro quilos no côco
Nenhum tijolo é oco
Trinta e quatro anos de prática
Garantem essa subida acrobática

Majestades da olaria,
As mulheres trazem a cria
Descanso de mãe no forno
É carregar filho como adorno

No calor ganham resistência
Fazer tijolo têm ciência
E do caminhão os seis milheiros
Vão pras lojas e pros pedreiros

A produção do barro
Não é só tijolo nem jarro
Tem filtro, tem enfeite
Talento, que respeite

Como uma mini cidade
Gira uma sociedade
No pólo cerâmico cada um faz sua parte
Todos em uma arte

Seu Esmeraldo vai de carroça
Leva 300 kilos com bossa
Cada carrada vale cinco reais
Preparado custa bem mais

Aqui nesse lugar
A máquina amassa sem parar
O barro que entra grosso
Fica fininho, sem caroço

Ruim para construir
Ideal para esculpir
Com as bolas de barro novo
É só entregar pro povo

Esse leva e traz
Mudou a vida do rapaz
Ele já foi bem empregado
Mas prefere andar carregado

Do galpão pro barracão
Onde trabalha o artesão
A argila vira arara
Que surpreende a Clara

Pode até ser uma coruja
Ou sapo de lambuja
O bicho é tão verdadeiro
Que engana o mundo inteiro

O barro bom do Poty
Traz gente ao Piauí
E não é só turista
Chega ate mais artista

Iracione era empresário
De restaurante proprietário
Mas o negócio faliu
E o hobby sobressaiu

De Tianguá, no Ceará
Veio decidido a ficar
Os antigos daqui
Não precisar reagir

Ele faz bêbado, dançarino
Ele faz ate menino
O macaco é engraçado
E nada é imitado.

Por ser tão diferente
Ninguém é concorrente
E o bairro acolhedor
Ganha mais um morador

Veio com mulher e filha
Trouxe logo a família
E aqui vai ficar
Pra viver e trabalhar

Dos senhores anfitriões
Alguns tem legiões
Seu Ribamar é pai de oito
Que criou sem ser afoito

Há mais de 40 anos ele faz filtro e pote
Mas se é casa ou capote
Para ter cor e graça
A caçula Juliana, é a melhor da raça

Pode ser na arte do torno
Ou até no calor do forno
Ou mesmo usando tinta
Porque quem não molda, pinta

Quem nasceu na olaria
Não nega a maestria
Quem conhece esse lugar
Tem que valorizar

Por amor a tradição
Desse precioso chão
Fomos a todos os cantinhos
E criamos esses versinhos

O show da comunidade
No aniversário da cidade
Nos mostramos bem contente
De um jeito diferente


Da Redação
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