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STF julga Palocci por quebra de sigilo de caseiro piauiense

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O PT torce hoje pela absolvição do ex-ministro e deputado federal Antonio Palocci no Supremo para transformá-lo em uma espécie de curinga com vista às eleições de 2010 e ao final da era Lula no Planalto. O Supremo agendou para a sessão de hoje (26) a decisão sobre aceitar ou não a denúncia que acusa Palocci de ter participado da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa e da divulgação indevida desses dados.
 

Em 2006, o caseiro revelou que Palocci frequentava uma casa em Brasília onde havia festas, negócios obscuros e partilha de dinheiro. À CPI dos Bingos, Palocci dissera nunca ter estado no local. O caseiro teve o sigilo violado pela Caixa Econômica Federal, subordinada à Fazenda, dois dias após ter desmentido o então ministro.

Palocci nega ter sido o responsável pela quebra do sigilo e pelo vazamento dos dados.

Os planos do partido para o ex-ministro, caso ele seja absolvido, se resumem a três caminhos: a volta ao governo, do qual foi o titular da Fazenda e só caiu por causa do escândalo; o posto de coordenador da campanha a presidente da ministra Dilma Rousseff; e a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes no ano que vem.

A Folha conversou nos últimos dias com vários interlocutores de Palocci. A única unanimidade entre eles é acreditar que o ex-ministro acatará o que o determinar o presidente Lula e se manterá em silêncio quanto ao futuro, apesar de a maioria afirmar que a preferência dele seria voltar ao governo.

"Essa é uma questão que ele vai avaliar posteriormente. Agora o foco é no julgamento", afirmou o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini.

A despeito dos planos futuros de Lula e do próprio Palocci, a ala majoritária do PT paulista planeja usar a eventual absolvição do petista na tentativa de enfraquecer o fator Ciro Gomes, deputado federal do PSB-CE que tem a predileção de Lula para liderar uma chapa antitucanos em São Paulo.

À frente da empreitada estão o grupo próximo à ex-prefeita Marta Suplicy, que controla o partido na capital, e o presidente do PT no Estado, Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara e afilhado político de Palocci.

"O Palocci é um líder que tem uma boa imagem na sociedade. Há o desgaste [por conta o processo], mas quem vai decidir é o STF. Dizer que ele está alijado é um grande equívoco. Palocci nunca me disse que não quer concorrer ao Bandeirantes", afirmou Edinho Silva.

A possibilidade de Ciro aceitar concorrer em São Paulo também serviu internamente para aproximar de Palocci grupos mais à esquerda do comando petista, que o viam com reticências por considerá-lo "um neoliberal disfarçado". No momento, a aversão a Ciro pesa mais nas escolhas dessa parcela do petismo do que as divergências com Palocci.

Os ministros do Supremo também devem decidir hoje se recebem a denúncia contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal à época da quebra, Jorge Mattoso, e contra o jornalista Marcelo Netto, então assessor de imprensa do Ministério da Fazenda.
 
Fonte: Folha Online
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