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Criador do Youtube diz que video de Stefhany é um dos seus preferidos

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Em visita recente ao Brasil, Chad Hurley, um dos criadores do YouTube, o site de compartilhamento de vídeos mais acessado do mundo, destacou seus dois videos preferidos do país: "A dança do quadrado" e o video de "Eu sou Stefhany", da cantora que cresceu no Piauí.  

 

Ao contrário de boa parte dos que alimentam a página, ele seleciona o modo privado na hora de subir os vídeos para o site. "Não gosto de me expor. Não vejo muito sentido em ficar mostrando ao mundo o que eu faço", diz o jovem milionário de 32 anos. 

 

De calça jeans, camisa listrada, blazer azul marinho e cabelos cujos fios loiros não saem um milímetro do lugar, Hurley passa longe do estereótipo de nerd. Em sua breve estada no Brasil -ele veio ao país na semana passada para um evento de tecnologia, o Digital Age 2.0. -, chegou a ser comparado no Twitter ao personagem Príncipe Encantado, da série de filmes "Shrek".

 

Sua fortuna é estimada em até 530 milhões de libras pelo jornal inglês "Independent". Mas ele diz levar uma vida comum e enaltecer a paixão pelo trabalho em detrimento do dinheiro que consegue com ele.

 

Simpático e acessível até o ponto que alguém que é responsável por uma grande empresa consegue ser, Hurley almoçou com jornalistas na quinta-feira, no restaurante Ecco, que tem entre seus sócios João Paulo Diniz, Luciano Huck e João Armentano. A repórter Daniela Arrais sentou-se bem em frente a ele.

  

Hurley criou o YouTube em 2005, em parceria com os amigos americanos Steve Chen e Jawed Karim. Queria fazer uma ferramenta simples, que permitisse o envio e a visualização de vídeos na internet de maneira rápida. Antes de criar sua galinha dos ovos de ouro, trabalhou como designer de um site, atuou como consultor de tecnologia e chegou a ser produtor do filme "Obrigado por Fumar", de Jason Reitman.

 

Pouco mais de um ano depois de criar o YouTube, o gigante Google comprou a ferramenta por US$ 1,65 bilhão.

 

Hurley virou um milionário. Mas diz que tenta não pensar no assunto. "A partir de certo ponto, não importa se você tem US$ 5 milhões ou US$ 5 bilhões", diz. "Penso que sou um cara normal. Tento não ficar paranoico, pensando em concorrência", disse.

 

Ele afirma que sua rotina é acordar, checar e-mail, ficar com a família, ir para o trabalho. Viaja várias vezes por mês, quase sempre em missões profissionais. Quando volta para casa, não liga a TV para relaxar. "Como todo mundo, ligo o computador, checo e-mail."

 

Na palestra no Brasil, o empresário decretou que a internet vai matar a televisão. "A ideia de uma família sentada no sofá, às 20h, esperando um programa, não vai mais existir."

 

Mas ele tem um programa ou seriado favorito de TV, por exemplo? "Não", afirma. "Gasto meu tempo vendo vídeos no YouTube. Gosto de esportes. Então, quando tenho tempo, fico assistindo a uma partida de um jogo qualquer."

 

O gosto por esportes se transformou em negócios: Hurley virou investidor da Fórmula 1, por ser uma área que mistura oportunidade com tecnologia, design e esporte, suas paixões. Ele será sócio da primeira equipe norte-americana em mais de 40 anos. E não revela para quem torce atualmente. "Mas o Lewis Hamilton [piloto da McLaren] tem feito uma boa campanha."

 

Sempre político e defensor da diversidade dos vídeos do YouTube, Hurley se recusa a enumerar os seus favoritos. "Gosto dos que me fazem rir ou de vídeos que falam sobre alguma coisa que afeta a sociedade, como os que mostravam protestos no Irã."

 

Do Brasil, acaba citando um de seus preferidos: "Dança do Quadrado", um funk carioca protagonizado por um homem gordo, um magricela e um anão. E ainda lembra "daquela menina do Crossfox", a garota Stefhany, que ganhou fama primeiro no YouTube e depois fora do mundo virtual ao cantar "eu sou linda, absoluta, eu sou Stefhany". O vídeo, em que ela faz alusão à marca do carro citada por Hurley, já conta com mais de 225 mil visualizações.

 

Hurley ostenta uma aliança na mão esquerda, mas não fala de sua vida pessoal. De acordo com perfis na internet, ele é casado com Kathy Clark, filha do empresário do Vale do Silício Jim Clark, com quem tem dois filhos. Ao contrário do que era de se esperar, o empresário não deixa as crianças passarem horas no YouTube.

 

Como acha que o YouTube será daqui a dez anos? "É difícil, porque não existimos nem há cinco anos. Não faço ideia. Estamos desenvolvendo soluções para hoje, olhando para o futuro. Espero que a experiência do usuário seja mais rápida, que o catálogo de vídeos seja mais completo e diversificado", diz Hurley. "Vai haver carros voando, máquinas do tempo...", prevê ainda o empresário.

 

UM DIA DE 34.560 HORAS

 

O YouTube (www.youtube.com) é a comunidade de vídeos mais popular da internet. É, também, o segundo maior mecanismo de busca da rede nos EUA, ficando atrás apenas do Google, que o comprou em 2006 por US$ 1,65 bilhão.

 

A cada minuto, diz Hurley, usuários do site enviam o equivalente a 24 horas de conteúdo para o site, ou 34.560 horas por dia em vídeos, que são armazenados em centros de dados espalhados pelo mundo.

 

Para conseguir enviar toda essa quantidade de dados, o YouTube paga cerca de US$ 1 milhão por dia de conexão, segundo a "Fortune". Em janeiro, mais de 100 milhões assistiram a 6,3 bilhões de vídeos.

 

A base do YouTube é composta, principalmente, por usuários que têm entre 18 e 55 anos, divididos igualmente entre homens e mulheres. Cinquenta e um por cento dos usuários acessam o YouTube semanalmente ou com mais frequência e 52% das pessoas com 18 a 34 anos compartilham vídeos frequentemente com amigos e colegas.
 
Fonte: Folha de São Paulo
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