Cidadeverde.com

Camelôs já abandonaram 64 boxes do Shopping da Cidade

Imprimir
Alguns camelôs do Shopping da Cidade estão abandonando seus boxes. Eles alegam que não estão vendendo e nem têm condições de pagar o aluguel de R$ 100,00 exigido pela Prefeitura.
 
No total, 64 boxes já foram fechados. A maioria dos vendedores reclamam que ficam em desvantagem, pois vendem muito pouco devido a localização. "Só quem se dá bem ‘atrepado’ é passarinho", diz Pedro Pontes Pereira, que trabalha há 40 anos como camelô.
 
Pedro conta que quando trabalhava no Centro ganhava cerca de R$ 5 mil por mês. Hoje, no Shopping da Cidade, a renda caiu para R$ 200,00. Ele nunca conseguiu pagar o aluguel para a prefeitura. "No dia que a gente faz R$ 10,00 tem que levar para comprar pelo menos uma carne, um ovo para os filhos que são todos menores", afirma o trabalhador.
 
Para Solange Maria Osório, camelô há mais de 10 anos, a solução seria esperar a inauguração do metrô. Ela imagina que isso pode melhorar o movimento nos andares de cima do Shopping da Cidade, o que aumentaria sua renda atual de, no máximo, R$ 30,00 por dia.
 
A diminuição das vendas, no entanto, afetou a maioria dos camelôs após a mudança para o Shopping da Cidade, independente da localização. Raimundo Resende ganhou um box no primeiro andar, mas afirma que o dinheiro não sobra para cobrir as despesas e ainda pagar o aluguel do espaço. "No centro era só uma quantia anual, bem baixinha. Aqui é bem mais caro. Lá, eu tirava uns R$ 300,00 por dia e aqui não passa de R$ 120,00", declara Raimundo.
 
Soluções
Carmem Nildéia, da Secretaria de Planejamento, explicou que algumas medidas estão sendo tomadas para incentivar o fluxo de pessoas no terceiro andar, onde a situação é mais crítica. "Estamos negociando para que uma agência do Banco do Brasil se instale no último andar e existe a possibilidade de  uma loteria ser colocada também", afirma Nildéia.
 
Ela destaca que os vendedores devem se entender como comerciantes e não mais enquanto camelô que esperam o comprador aparecer. "Eles precisam usar métodos para atrair o público", diz.
 
Os boxes vazios serão ocupados por trabalhadores que ainda estão na Rua Riachuelo, na Praça do Fripisa e na rua Firmino Pires.
 
Nayara Felizardo
(Especial para o Cidadeverde.com)
[email protected]
Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais
Tags: