O procurador de Justiça do Acre, Sammy Barbosa Lopes, que coordena o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado no Estado, declarou em entrevista ao portal Terra que existe denúncia contra o ex-deputado e ex-coronel Hildebrando Pascoal no Piauí, e espera que o mesmo seja julgado por tal crime. Trata-se da morte de José Hugo Alves Júnior, o Mordido, degolado com uma faca em 1997.
"Nós esperamos que a sociedade e a Justiça do Piauí não deixem cair na impunidade mais este crime cometido pelo ex-deputado", apelou o procurador sobre a denúncia apresentada em 2001 por Antônio Ivan e Silva, procurador-geral de Justiça do Piauí na época.
Hildebranco Pascoal é julgado desde ontem em Rio Branco/AC pela tortura e morte do mecânico Agilson Firmino dos Santos, o Baiano, com uso de facão, revólver, e motosserra. A denúncia do Ministério Público do Piauí é sobre a morte de Mordido, que teria matado com um tiro no ouvido o na época subtenente Itamar Pascoal, irmão do ex-deputado, após uma discussão em um posto de combustíveis. Baiano teria o ajudado a fugir.
Após o crime, Hildebrando teria se juntado com o primo Aureliano Pascoal, então comandante da PM do Acre, na caça a Baiano e Mordido. Cartazes com a foto do acusado ofereciam recompensa de R$ 50 mil em troca de informações do seu paradeiro. José Hugo foi achado em Parnaguá, sul do Piauí, e de lá teria sido levado para Formosa do Rio Preto/BA, onde foi torturado e assassinado.
O então tenente Baltazar Rodrigues Nogueira, da PM em Avelino Lopes/PI, teria indicado a Hildebrando o paradeiro da vítima e recebeu R$ 50 mil, segundo escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. O na época soldado José Carlos dos Santos, o China, também teria participado da execução, e levou R$ 20 mil.
Outro citado é o juiz Osório Marques Bastos, que teria tirado Mordido da prisão para que ele fosse morto. No ano passado, já afastado das funções, ele foi preso por porte ilegal de armas e deixou a comarca de Curimatá. Com ele estava um pistoleito acusado de matar o ex-prefeito de Redenção do Gurguéia.
De acordo com a denúncia, o próprio ex-deputado degolou o acusado. "Ainda amarrado e algemado, foi morto por Hildebrando Pascoal que com uma faca cortou-lhe o pescoço", diz o documento de 2001.
