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"Fui torturado", diz Nilson; juíza fará acareação com policiais

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Fotos: Fábio Lima/Cidadeverde.com
 
 
Atualizada às 21h40min
 
Acusado de matar a estudante Tallyne Teles em março deste ano, Nilson Reis Feitosa iniciou seu depoimento no julgamento do caso por volta de 18h30min. O último a depor na 9ª Vara Criminal, em Teresina, ele sustenta a versão de que estava no Ceará no dia do crime, e nunca viu a acadêmica de Medicina.
Tallyne Teles foi morta com dois tiros na cabeça na madrugada do dia 7 de março. Ela desapareceu após fazer comprar em um supermercado de Teresina, e foi achada na zona rural de Buriti dos Lopes, região norte do Piauí. Nilsinho foi preso no fim do mesmo mês após troca de tiros com a polícia. O revólver usado por ele na fuga, segundo perícia, foi o mesmo usado para matar a estudante.
 
Mesmo com as evidências da promotoria, Nilsinho, já condenado a mais de 20 anos de prisão por roubo qualificado e estupro de uma fisioterapeuta no início do ano passado, negou as acusações, sustentou sua versão de que estava em Fortaleza/CE quando o crime ocorreu, e ainda disse "não sei porque fui preso".
 
 
Denúncia de tortura
Nilsinho afirmou que foi torturado por policiais que o prenderam no interior do Ceará. Disse ainda que não atirou contra os policiais, e alegou perda dos movimentos da mão direita por conta de um tiro sofrido em incidente anterior. Além disso, o réu declarou que foi atingido pelas costas, e mostrou a bolsa de colostomia que usa por conta da perfuração no intestino. Para completar, Nilson Reis Feitosa disse ter certeza que sua esposa foi coagida para depor.
 
O promotor Meton Filho pediu diligências para que o presidente da CICO - Comissão Investigadora do Crime Organizado -, delegado Bonfim Filho, para que seja ouvido e preste esclarecimentos sobre as acusações de Nilsinho. Foi uma equipe da CICO que realizou a prisão do acusado no fim de março. Já a defesa pediu que a esposa do réu, Ana Clarissa Viana, também seja ouvida.
 
A juíza Valdênia Moura ainda pediu acareação entre os policiais que participaram da prisão. Com os depoimentos ainda a serem tomados no Ceará e as novas diligências, a sentença pode levar cerca de 60 dias para ser dada. Ou seja, a decisão pode sair somente em 2010.
 
 
Algemas 
O advogado de Nilsinho ainda pediu para que suas algemas fossem retiradas, o que foi negado. O réu esteve algemado nas mãos e pés.
 
Ao final do julgamento, a defesa alegou constrangimento legal ao cliente, que teria sido ridicularizado durante o julgamento. Alegando decisão do Superior Tribunal de Justiça que prevê o uso de algemas somente em casos que ofereçam perigo, o advogado pediu que todo o julgamento fosse anulado em função de Nilsinho ter ficado algemado. A juíza indeferiu o pedido.
 
Eli Lopes (TV Cidade Verde, direto do julgamento)
Fábio Lima (Cidadeverde.com, direto do julgamento)
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