A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu neste sábado dez pessoas e recuperou 8.000 ingressos do jogo entre Flamengo e Grêmio, que será realizado amanhã (6) pelo Campeonato Brasileiro.
A operação Gol de Mão foi desencadeada com base em investigações da Delegacia de Crimes contra o Consumidor, iniciadas há três meses, e contou com a participação de 60 policiais de diversas delegacias especializadas.
Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Dos 76 mil ingressos produzidos para o jogo, mais de 15 mil foram desviados pela própria empresa responsável pela confecção --a BWA-- e estavam sendo vendidos por cambistas por um preço até cinco vezes maior. A quadrilha teria um lucro de cerca de R$ 4,5 milhões.
Em abril deste ano a BWA se envolveu em uma polêmica com o Palmeiras, que foi obrigado a trocar ingressos e contratar outra empresa.
O presidente do Tribunal de Justiça do Estado determinou que os ingressos apreendidos sejam distribuídos para idosos e crianças. A distribuição será supervisionada pela Delegacia de Crimes contra o Consumidor.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, dos 10 presos, 4 são cambistas e 6 são funcionários da empresa, que possui um escritório em uma sala dentro do estádio do Maracanã.
Os envolvidos no esquema, que não tiveram os nomes divulgados, vão responder por formação de quadrilha e crime contra a economia popular --a pena pode chegar a cinco anos de prisão.
Ainda de acordo com a assessoria da Polícia Civil, os times que tinham contrato com a BWA --Flamengo, Vasco e Fluminense-- não desconfiavam do esquema porque a própria empresa comprava a quantidade que depois seria revendida a preços maiores. Há suspeita de que o mesmo esquema tenha sido aplicado em outras partidas.
Os acusados foram presos em suas casas. Com eles, foram apreendidos computadores, documentos, celulares e duas armas.
Outro lado
A BWA divulgou nota negando que os ingressos apreendidos seriam vendidos. Segundo a nota, os bilhetes faziam parte do lote de 10% do total confeccionado para o jogo e que, "por imposição de uma lei estadual, ficam à disposição do clube mandante e da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro.
Na nota, o diretor da empresa, Bruno Balsimelli, diz que "a BWA vai colaborar com as autoridades para que possam desenvolver seu trabalho na busca por pessoas que fraudam esses ingressos. A BWA está disposta a atender ao torcedor e por isso entende que essas pessoas sejam punidas no rigor da lei". A assessoria de imprensa do Flamengo não foi encontrada, mas sua versão será incluída neste texto quando houver manifestação.
Fonte: Folha Online
