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Papa pede tolerância após cair; Agressora é instável, diz Vaticano

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O papa Bento 16 parecia não ter sido afetado pelo ataque que sofreu em plena Missa do Galo na noite desta quinta-feira ao pedir tolerância e tratamento humano aos imigrantes na tradicional mensagem do dia de Natal na praça de São Pedro.

Horas antes, ao entrar na Basílica São Pedro para celebrar a missa, o papa foi derrubado por uma mulher que pulou a barricada de proteção do corredor e correu em sua direção. Quando os seguranças a derrubaram, ela agarrou nas roupas do papa e o puxou junto. O Vaticano descreveu a agressora como "mentalmente instável", com problemas psiquiátricos.

O papa fez seu tradicional discurso "Urbi et Orbi" (À Cidade e ao Mundo) enviando uma mensagem de esperança aos aflitos. Ele reconheceu o sofrimento daqueles afetados pela crise financeira global, pela guerra e conflitos.

"Que seus corações sejam preenchidos de esperança e alegria pelo salvador que nasceu para nós", disse o papa, que enviou a mensagem de Natal em 65 línguas.

O Vaticano disse que o papa não foi ferido pela mulher, identificada como Susanna Maiolo. No momento do ataque, contudo, o pânico percorreu a basílica --que aplaudiu quando Bento 16, de 82 anos, se levantou novamente.

Maiolo, revelou o Vaticano, já havia tentado atacar o papa há um ano. A tentativa também ocorreu na Missa do Galo, mas em 2008.

O porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, disse que Maiolo tem "problemas psiquiátricos". Ela foi detida pela polícia do Vaticano logo após o ataque, interrogada e transferida para um hospital psiquiátrico.

Lombardi defendeu ainda a segurança do Vaticano, dizendo que os agentes estavam certos de que a mulher não tinha armas por já ter passado pela revista.

O cardeal francês Roger Etchegaray, 87, que também sofreu uma queda no incidente ao tentar impedir a mulher de chegar junto ao papa, fraturou o fêmur e terá de ser operado, afirmou Lombardi.

Mensagem

Na mensagem de Natal, o papa pediu acolhimento aos imigrantes. "Diante do êxodo daqueles que emigram de sua terra e por causa da fome, da intolerância ou da deterioração ambiental se veem forçados a marchar para longe, a Igreja é uma presença que pede o acolhimento".

Da sacada da basílica de São Pedro no Vaticano, Bento 16 anunciou a benção de Natal e foi aplaudido por milhares de fiéis e turistas.

O papa também aproveitou a oportunidade para destacar o papel da Igreja na América Latina. "Em toda a América Latina, o 'nós' da Igreja é fator de identidade, plenitude de verdade e caridade, que não pode ser substituído por nenhuma ideologia".

Nesta parte da benção, Bento 16 ressaltou Honduras e pediu que o país, em crise desde a destituição do presidente Manuel Zelaya, retome o caminho institucional.

Bento 16 fez ainda um pedido de "respeito aos direitos inalienáveis de cada pessoa e a seu desenvolvimento integral, ao anúncio de justiça e irmandade, fonte de unidade".

Na mensagem, o pontífice reconheceu que "a família humana está profundamente marcada pela grave crise econômica, mas antes de mais nada de caráter moral e pelas dolorosas feridas de guerras e conflitos".

Fonte: Folha Online

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