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Avatar fascina pelos efeitos e alerta para a “culpa ecológica”

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É preciso ver pra crer. Como não levo a sério as dicas dos outros sem conferir, fui encarar o filme Avatar, do cineasta James Cameron, neste final de semana no Teresina Shopping. Em meio a um bombardeio publicitário sobre a ousadia do filme, é necessário ser um “tomeista” de plantão para não sair da sala de cinema arrependido por assistir aos filmes-pipocas lançados por Hollywood. Mas, Avatar, o longa-metragem mais caro do cinema, não é um filme de deixar o queixo caído, mas sem dúvida é fenomenal.


O longa me tocou não por suas técnicas revolucionárias, que criou personagens virtuais em três dimensões, mas pela sua forte mensagem de como a humanidade está tratando o planeta.




Em Avatar não há um tom didático ou engajado, já que as imagens valem por mil palavras. Uma das cenas que mais me chocou foi à derrubada da árvore sagrada e o choro coletivo de uma nação para aquela destruição. Era como se aquela árvore fosse parte deles, como se fosse um ser como eles.


A novidade em Avatar é a sua floresta bioflurescente com plantas que emitem luz multicoloridas, lugar inabitado para os humanos e que tem seres parecidos com dinossauros, predadores, e criaturas assustadoras. O magnetismo da selva são também os belos humanóides azulados e esguios que se conectam com animais e plantas.


A história de "Avatar" é ambientada no século 22 (ano de 2154) e mostra um grupo de humanos de olho em um valioso mineral encontrado no planeta Pandora, habitado por uma raça humanóide nativa chamada Na'vi. O longa mostra um ex-soldado tetraplégico e amargo, que perdeu os movimentos das pernas em combate, que se alista para a exploração do planeta Pandora.


Assistindo ao filme, lembrei de uma entrevista de James Cameron e ele dizia sobre Avatar: “Quero criar um sonho que possa ser sonhado coletivamente em uma sala de cinema”. A trama é simples e previsível, em alguns momentos meloso, mas planta uma semente, já que estamos brigando por pré-sal, enfrentando apagões com crise energética, mortes por rompimento de barragem, o filme pode despertar para o fenômeno da degradação ambiental e as calamidades naturais.




O filme é pivô de uma mudança em Hollywood que promete revolucionar o mercado cinematográfico com sua superprodução de mais de R$ 230 milhões, o mais caro da história do cinema.




Guerra ao terror

Mas, Cameron é persistente e impressiona pela sua metáfora sobre o futuro do planeta, as guerras, as queimadas, os desmatamentos, a culpa ecológica. O fraco contra os fortes. Resistência. Não é um filme  “ecochatices”. Ele dá um tapa com luva de película no desencanto ao imperialismo armado, simula a guerra ao terror e se as imagens da invasão ao planeta Pandora lhe remeterem as ocupações no Iraque e Afeganistão, não se assuste, pois são meras semelhanças.

Veja aqui a trilha sonora de Avatar


A cantora Leona Lewis com "I see you" (canção tema do filme)

Vá ao cinema e se prepare para ver cenas extasiantes, mas não deixe de perceber que somos fortes, temos armas, tecnologia, mas a força da natureza é implacável...Avatar, sem sobra de dúvida, é um alerta para o que está acontecendo conosco, na Terra. E não pense que a saga é coisa de filme-catrástrofe, futurista, ou de Nostradamus. É real...


 


Yala Sena
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