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Robert Rios aciona Corregedoria para julgar ação de Correia Lima

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"Como a Justiça ainda não julgou esse monstro? São 20 anos de atraso sem justificativa. Se ele estivesse foragido, mas não, está preso há mais de 10 anos". Foi esse questionamento que serviu de base para que o secretário estadual de Segurança Pùblica, Robert Rios, entrasse com representação junto à Corregedoria do Tribunal de Justiça para apurar os motivos que impedem há 20 anos o julgamento do ex-coronel José Viriato Correia Lima pelo caso Safanelli. Leandro Safanelli era policial civil e foi brutalmente assassinado em 1980 pelo 'cordão da morte' do ex-coronel depois de ser perseguido pelas ruas de Parnaíba.




Robert Rios ouviu as denúncias do advogado do ex-coronel, Luis Augusto Correia Lima, de que há um dossiê, feito por Correia Lima, relatando o envolvimento de 8 autoridades do Piauí com as suas ações. O advogado garantiu que, se qualquer coisa acontecer ao ex-coronel, o documento será divulgado.


"Divulgue! Mostre esse dossiê! Se tem autoridades envolvidas com isso, elas devem ser denunciadas. Só garanto que não é o Robert Rios. Tem gente essa hora roendo as unhas, deixando de almoçar porque ficou com o estômago embrulhado pensando 'meu Deus, o coronel vai falar'. Alguns já estão tomando até o Lexotan", disse o secretário, que não arrisca dizer que autoridades podem constar no documento. "Correia Lima tinha relações nos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. Quem levava ele para as altas rodas da sociedade? Quem conduzia ele até os palácios do Piauí ? Quem patrocinou o tempo que ele passou sem trabalhar em Pernambuco? Você tem que ver a lista das autoridades que frequentavam o churrasco do Correia Lima. Só não sei se lá serviam era carne de gente".


A representação foi feita hoje (28) pelo secretário. "Tenho certeza que obterei respostas em breve da corregedora Rosimar Leite porque ela não é uma mulher comprometida com a banda podre do Estado. Mas caso não dê resultados, vou recorrer ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ)".


Vídeo

Sobre o vídeo feito pela filha de Correia Lima, Sânvia Nolasco, o secretário afirmou que a gravação realmente tem mais de 5 anos e que ele já respondeu às acusações feitas, mas não se furtou em reafirmar que tudo não passa de um 'rosário de inutilidades'. Robert conta que recebeu Sânvia logo depois da prisão do ex-coronel, encaminhada pela Polícia Civil, e que as denúncias feitas por ela contra o pai foram de livre es espontânea vontade. "Ela chegou na minha sala chorando muito e dizia que o pai era um monstro, que tinha matado o namorado e agora mataria o marido". Sânvia era namorada de Leandro Safanelli na época em que ele foi morto e estava casada com Pedro Nolasco. "O depoimento dado por ela contra o pai não influenciou nenhum dos processos e sequer consta como prova em algum deles. Tudo o que Sânvia disse só teria validade se Pedro tivesse sido assassinado".


O secretário alega que o real motivo da acusação de tortura no vídeo é que Sânvia teria se separado de Pedro. "Na época, ela temia que o pai mandasse matar o marido. Mas, anos depois, eles se separaram e ela voltou a conviver com a família, por isso o vídeo e toda essa história", disse.


Em entrevista à Tv Cidade Verde, o advogado de Correia Lima disse ainda que convocará uma CPI para investigar os casos de tortura não só no Piauí, como no país inteiro. Robert Rios acredita que  isso não será realmente possível. "Esse rapaz não pode ser advogado, se for, é analfabeto. Quem é ele para convocar uma CPI? O mais sério que ele falou foi sobre esse dossiê porque isso significa que tem alguém com rabo preso com o Correia Lima", falou o secretário.


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Morto não, julgado

Robert Rios garantiu que não tem interesse em ver Correia Lima morto, apesar do terror que causou no  Estado. "O Piauí viveu um período negro quando este homem estava solto. As pessoas viviam com medo, assustadas. Merece apodrecer na cadeia um monstro desses. Não quero o Correia Lima morto, quero ele sentado no banco dos réus e sendo condenado".

Diante das alegações da família e do advogado que o ex-coronel teme pela vida no presídio de Parnaíba; onde estão presos os primos de Leandro, Ângelo e Guilherme Safanelli, o secretário disse que a resolução do problema é bem simples. "É só ele recorrer à Secretaria de Justiça sob essa motivação para que seja solicitada uma vaga em um presídio de segurança máxima, no caso, em Catanduva". A penitenciária é a "casa" de um dos criminosos mais temidos do país, Fernandinho Beira-Mar.



Naruna Brito(com informações de Douglas Cordeiro - Tv Cidade Verde)
Especial para o Cidadevede.com
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