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Excesso de calor e chuva já provoca alta no preço dos alimentos

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Com o excesso de chuva e de calor, os preços dos alimentos podem continuar pressionando a inflação, por causa da redução da oferta de alguns produtos, segundo produtores. A Fundação Getulio Vargas (FGV) estima que os preços podem subir este mês, embora menos do que em janeiro.


Levantamento feito pela Agência Brasil em feiras da cidade e também na Ceasa, a principal central de abastecimento da região, revela alta nos preços de legumes e hortaliças como chuchu, vagem, tomate, brócolis, couve e agrião. Em algumas bancas, o preço subiu até 150% nos últimos dias. Os comerciantes dizem que o calor diminuiu a produção e fez subir os preços.

“A verdura não aguenta o calor. Ao ser regada, a terra escalda e a planta sofre, murcha, amarela e morre. A raiz apodrece. E a semente não nasce”, explicou Alexandre Oliveira, ao justificar os aumentos entre 50% e 150% na sua banca. “O calor é péssimo para qualquer folha.”

Os alimentos tiveram uma participação importante na inflação calculada na primeira prévia do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de fevereiro, divulgado pela FGV. Entre janeiro e fevereiro, subiram de 1,57% para 1,69%, com destaque para as frutas, cujos preços avançaram de 4,7% para 6,32%. Com isso, os alimentos contribuíram para o crescimento de 1,29% para 1,33% do IPC-S, de um mês para o outro, e atingiu um novo recorde. 

O economista da FGV Andre Braz avalia, no entanto, que os avanços são comuns nesta época do ano. “Janeiro é o mês com a maior variação climática”. Segundo ele, embora os efeitos do clima sejam imprevisíveis, a tendência é de recuo nos preços dos alimentos neste mês.

“É comum verificarmos recuo nos preços desse conjunto de alimentos [in natura] em fevereiro, quando as condições climáticas estão melhores. Se, contudo, continuar ocorrendo calor intenso ou chuvas fortes em determinadas regiões do país é possível que a oferta de alguns alimentos continue prejudicada e que essa pressão nos preços se estenda no primeiro trimestre ”, avaliou.

Dono de uma banca na Ceasa, Adriano de Lima conta que ainda não teve problemas com suas hortaliças. “Aqui vem tudo da região serrana e lá o clima tá fresco. O que estraga nossos produtos é a chuva, não o calor”, explicou. De acordo com ele, por causa da elevada temperatura na capital muitos feirantes podem estar aumentando os preços porque os produtos estragam rápido.

Lima não descarta, no entanto, uma remarcação nos próximos dias. E afirma que por causa das chuvas os comerciantes de  São Paulo têm vindo ao Rio buscar seus produtos. “Todo dia para caminhão de São Paulo para ser abastecido lá no sítio com pelo menos umas 700 caixas de alface, agrião, rúcula e espinafre.”

Fonte: Agência Brasil 

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