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Orca que matou mulher já havia afogado outro treinador, diz jornal

A orca Tillikum, que matou a treinadora Dawn Brancheau, 40, nesta quarta-feira no parque americano SeaWorld, tinha um "histórico violento" e já foi envolvida em dois incidentes anteriores, segundo o jornal "Orlando Sentinel".


A orca foi acusada de afogar um de seus treinadores em 1991, enquanto fazia um show no Sealand of the Pacific, em British Columbia, diz o jornal.


Vendida ao parque SeaWorld, na cidade americana de Orlando, onde as orcas são a principal atração, Tillikum foi envolvido em um segundo incidente oito anos depois, quando as autoridades encontraram o corpo de um homem nu, deitado de costas, em seu tanque, em julho de 1999.


As autoridades disseram à época que o homem provavelmente se afogou depois de sofrer hipotermia na água mantida a cerca de 12 graus Celsius. As autoridades dizem que o homem entrou no parque após o fechamento ou se escondeu até que o local fechasse.


Um ex-funcionário do SeaWorld, que não quis se identificar, afirmou ao "Sentinel" que Tillikum é mantido normalmente isolado das outras orcas e que os treinadores não podem entrar na água com ele por seu histórico violento.


A rede de televisão americana CNN, que cita um xerife de Orlando, diz que a orca não está acostumada a ver humanos em seu tanque --o que poderia explicar o ataque contra Brancheau.


Ataque

O ataque aconteceu na tarde desta quarta-feira, pouco após as três sessões de uma atração chamada "Dine with Shamu" (Jantando com a Shamu) que consiste em realizar truques perto de um local no qual o público pode comer.


Segundo o jornal, um diretor do SeaWorld, Chuck Tompkins, já confirmou a versão de algumas testemunhas de que Brancheau foi mordida por Tilikum, a maior orca do parque, e arrastada para dentro do tanque. "Estamos em fase de investigar todas as pessoas e os animais", disse Tompkins.


Um turista brasileiro identificado como João Lúcio de Costa Sobrinho, 28, contou ao mesmo jornal que tirava fotos do interior do tanque ao lado da namorada, Talita Oliveira, 20, quando percebeu que uma das orcas levava uma pessoa na boca. "Foi terrível. Foi difícil ver a cena", disse o brasileiro. Conforme o casal, no momento do ataque, Brancheau estava sangrando na área do rosto, e a orca a girava enquanto nadava.


Os brasileiros e outras testemunhas, ainda conforme o "Orlando Sentinel", disseram que os animais não se comportaram normalmente no show que havia sido realizado algumas horas antes. Brad Sultan, da cidade de Tampa, também na Flórida, disse que uma das orcas não completou uma formação em triângulo com os treinadores e que, depois, uma delas não completou uma volta no tanque conforme o previsto.


Outras testemunhas ouvidas pelo "Orlando Sentinel" que estavam em um restaurante perto dos tanques das orcas afirmaram que a treinadora foi arrastada para a água por uma orca, enquanto a acariciava. Minutos depois, um alarme soou e seguranças isolaram a área.


Conforme o porta-voz da polícia Jim Solomons, a treinadora estava morta quando o resgate chegou.


Parque

Mais cedo, os responsáveis pelo parque disseram acreditar que a treinadora tivesse escorregado e caído dentro do tanque, sendo "fatalmente ferida" por uma das orcas.


Dan Brown, presidente da SeaWorld Orlando, afirmou aos meios de comunicação americanos que a vítima era "uma das mais experientes treinadoras de animais" e que ela "se afogou em um incidente com uma de nossas orcas". "Este é um momento extremamente difícil para os parques Seaworld", afirmou.


Em nota aos meios brasileiros, a SeaWorld Parks & Entertainment reafirma que o momento é "extremamente difícil" e diz que, em 46 anos de história, nunca teve "um incidente como este". Conforme a empresa, todos seus procedimentos "passarão por severas investigações".


O parque SeaWorld pertence ao grupo Blackstone, dono também de parte de outro parque da cidade, o Universal.


Fonte: Folha Online
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