A Associação das Vítimas do rompimento da barragem de Algodões I, em Cocal, região norte do Estado, denuncia que famílias invadiram casas feitas pelo Governo para os desabrigados após a tragédia, que completou nove meses no último fim de semana. Entre os invasores estariam pessoas que sequer tiveram seus povoados atingidos pelas águas do rio Pirangi.

Segundo Corsino Medeiros, além de não concluir as 385 casas, o poder público permitiu a invasão ao deixar o local abandonado. "E o povo, cansado de esperar, sem esperança, sem atenção, começou a invadir. Essa invasão foi desaconselhada pela associação", frisou o presidente, que também criticou a qualidade das casas, que não valeriam R$ 5 mil no mercado. 

A barragem se rompeu no dia 27 de maio e deixou mais de 600 famílias desabrigadas. De acordo com Corsino, entre os invasores das casas estão pessoas de povoados distantes do local da tragédia, por onde as águas sequer passaram perto, e que "aproveitaram da ausência de autoridade".

O secretário estadual de Defesa Civil, Fernnado Monteiro, disse que as denúncias são infundadas, e todos os pareceres foram favoráveis no que trata da qualidade dos imóveis. "Quem for fiscalizar lá não terá nada a fazer a respeito da qualidade da construção", afirmou.