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Maílson:'inflação derruba presidente' e diz: Lula tem "complexo de Adão"

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Em palestra para o empresariado piauiense, o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, afirmou na noite desta quinta-feira, que o presidente Lula tem "complexo de Adão" por atribuir que tudo começou no seu governo.


No evento que comemorou os 40 anos da Câmara dos Dirigentes e Lojistas do Piauí (CDL), o economista afirmou ainda que "inflação derruba presidente".


Fotos: Yala Sena/Cidadeverde.com


Nóbrega compara Lula a Adão ao dizer que o presidente crê que tudo começou por ele. Um exemplo seria atribuir a política econômica em crescimento ao seu governo, quando na verdade seria fruto de um longo processo de amadurecimento iniciado ainda no governo Militar. Para o ex-ministro, o presidente é o maior fenômeno político do país, mas "já está exagerando, pensando que é Deus".


Lula foi elogiado durante a palestra por Nóbrega pela "coragem" por ter mantido a política econômica, mesmo depois de passar 25 anos pregando que faria uma gestão diferente. Nóbrega declarou que o presidente pode não ter formação, mas é dono de um grau de "intuição extraordinário", e entendeu que inflação em alta derruba presidente. "Na inflação ricos ganham e pobres perdem".




Para Nóbrega, o presidente petista faz o mesmo discurso do PSDB e chega a sugerir que o Plano Real só deu certo por causa do seu governo. No âmbito eleitoral, ele disse que Lula pode conseguir criar um "ambiente plebiscitário", onde estaria em jogo o seu governo contra o de Fernando Henrique Cardoso. Além de considerar a comparação desonesta, o palestrante falou que isso seria uma desvantagem para José Serra, principal candidato de oposição.





Crise já passou

Maílson da Nóbrega disse que o mundo ficou perto do colapso em 2009, e que os bancos iriam voltar à Idade Média se tivessem quebrado, mas o pior já passou. Ele vê recuperação forte da economia em 2010, e traça crescimento de 6 a 7% ao ano da economia do Brasil, segundo dados da sua empresa de consultoria. Ele prevê que o Banco Central irá trabalhar com juros mais altos. 




Para o ex-ministro, o Brasil saiu bem da crise e que nenhum banco quebrou e ao contrário se sofisticaram, graças ao câmbio flutuante, o Banco Central autônomo, inflação baixa e sob controle. Segundo ele, a  democracia consolidada, judiciário independente, imprensa livre, instituições econômicas fortes, e a intolerância à inflação em alta, apontada por Nóbrega como a maior mudança nos últimos 100 anos nesse cenário. 
 

O voto dos pobres é outro fator importante que, segundo o ex-ministro, força o presidente a não fazer somente o que ele quer. Um exemplo é o plano econômico e a inflação. Em uma metáfora, Maílson da Nóbrega disse que se Lula enlouquecer e colocar juros abaixo de 5% para eleger Dilma, o presidente do Banco Centra, Henrique Meireles, perde sua reputação, e toda a diretoria renunciaria. 


Fábio Lima (da Redação)
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