O Tribunal de Ética da OAB Piauí - Ordem dos Advogados do Brasil -, resolveu anular o processo de suspensão da carteira de advogado de Antônio Ângelo de Sousa. Ele é acusado de participar do assalto à joalheria Diamantina, no Comercial Carvalho, zona leste de Teresina, em dezembro de 2009. No roubo, foram levados R$ 1 milhão em jóias. Antônio foi absolvido durante julgamento ontem e segue com a carteira da Ordem.

 

O processo pedia a suspensão da carteira de advogado, obtida por Antônio Ângelo seis meses atrás, por 90 dias. Segundo o presidente do Tribunal de Ética, Afonso Teles Coutinho, dos 18 membros efetivos do conselho, foram 10 votos contrários e três favoráveis para a suspensão da carteira da OAB. Alcimar Pinheiro foi o relator do processo. 

 

A maioria dos conselheiros entendeu que Antônio Ângelo de Sousa ainda não foi julgado e condenado pela Justiça no caso. Por isso, a OAB não poderia suspender ou cassar a carteira. 

 

Para o julgamento, Antônio Ângelo teve de sair da prisão no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar escoltado por policiais das Rondas Ostensivas de Natureza Especial - RONE -, que deram segurança ao prédio da OAB durante a sessão, que começou às 19h e foi vetada aos jornalistas, inclusive para registro de imagens. Ao final, por volta de 21h30, o acusado saiu pelos fundos para evitar a imprensa. 

 

Oito pessoas teriam participação no assalto, segundo a investigação policial. Em janeiro, a Justiça autorizou a polícia a fazer buscas em um apartamento inabitado, que seria frequentado pelo advogado. Ao invés das jóias, foram encontradas armas e farta munição. 

Afonso Teles Coutinho informou ao Cidadeverde.com que existem cerca de 1.200 processos contra advogados a serem julgados pelo tribunal. A maioria dos casos é de corrupção, morosidade nas ações, e contra advogados que teriam recebido indenizações sem repassar os valores aos clientes.