Uma faculdade do município de Água Branca, distante 99 quilômetros de Teresina, foi destacada de forma negativa pela edição de abril da revista Nova Escola. A reportagem "Faculdades em Xeque", que discute a situação de cursos de Pedagogia com nota baixa no Exame Nacional de Desempenhos de Estudantes - Enade -, escolheu como exemplo o Instituto Superior de Educação Programus - Isepro - entre as demais com conceito 1. Era a única com resposta para a nota mais baixa do país em seu site oficial. Resposta cheia de erros de ortografia, gramática, e digitação.
Na nota em que explica a ausência de estudantes por conta do horário de verão, o Instituto disse que os mesmos estavam "atrazados". Ao final, demonstrando "Ótimismo", citou que existem outras instituições com "patrão abaixo do nosso". Alguns dos erros foram grifados na página da matéria.
A reportagem admite que todo mundo erra, e até o próprio periódico comete seus deslizes, bem como a forma de avaliação do Enade é contestada com frequência. Mesmo assim, considera a situação grave, pois 160 cursos de Pedagogia, 14% do total no país, apresentaram desempenho insuficiente. A intenção geral foi traçar um panorama e fazer um balanço do que está sendo trabalhado para melhorar os cursos no país.
Além da nota 1 no Enade, o curso do Isepro é um dos cinco de Pedagogia do Brasil onde o desempenho dos aprovados no vestibular é superior aos que estão se formando. Cinco instituições de ensino no país se encontram nesta situação: Uespi de Amarante, Uespi de São Raimundo Nonato, o Instituto de Ensino Superior Múltiplo, de Timon/MA, e a Faculdade Pan-Americana, de Castanhal/PA.
Resposta para a revista
Também no seu site, o Isepro publicou resposta para a revista. "Quem nunca trocou o S pelo Z, ou O com o U? Somos leitores da revista Nova Escola, e viemos por meio deste texto, termos o nosso direito de resposta. Fomos criticados até por alguns erros ortográficos e de digitação, que passaram despercebidos pela direção do ISEPRO e pelo digitador. O que está em questão não são os erros gramaticais, mas sim o fato da nota do ENADE", diz a nota.
A resposta é assinada por Manuel da Cruz Cardoso, da direção do Isepro. Ele reclama que os meios de comunicação não mencionaram o reconhecimento do curso de Pedagogia do Instituto com nota 3 pelo Ministério da Educação, considerada por ele "A verdadeira avaliação do MEC [...] feita 'in loco'", assim como dos cursos que sequer atingiram a nota mínima no Enade.
"Estamos cientes de que escrever bem e certo é obrigação de todos independentes de sermos ou não profissionais da área de gramática, o orgulho de ser dessa área não é uma conseqüência, é dedicação e fazer o que gosta. É por isso que toda equipe do Instituto vai se dedicar com afinco para termos o reconhecimento que merecemos", acrescenta a nota.
A resposta, no entanto, aparece com outros erros, como ao dizer que as críticas não construtivas "só dedridem" a imagem da instituição.
Fábio Lima