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Governo diz que não pode "sustentar" futebol; Alepi analisa projeto de lei

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A pesquisa sobre o futebol piauiense feita pelo Instituto Captavox também repercutiu nesta quinta-feira (6) no meio político. O Governo se posicionou favorável a ajudar os clubes, desde que isso não signifique "sustentá-los". Enquanto isso, o ex-jogador de futebol e ex-deputado estadual Paulo César Vilarinho (PTB) aguarda aprovação de projeto de lei de sua autoria para dar suporte na manuntenção dos times. 

Helder Feitosa/Cidadeverde.com
Vicente Sobrinho diz que lei veta Governo de ajudar a pagar salário de jogador

A pesquisa apontou que 32,9% das pessoas querem mais ajuda do Governo para alavancar o futebol. Presidente da Fundação de Esportes do Piauí, Vicente Sobrinho não vê assim. "Eu acho que existe um paradoxo, porque quem financia o futebol profissional no planeta é a iniciativa privada. Com raríssimas exceções tem o dinheiro público. Mas isso não significa dizer que o Governo não tem responsabilidade sobre isso. Nós temos que procurar atender a todas as modalidades", afirmou. 

Segundo o presidente da Fundespi, a lei de incentivo ao esporte financia qualquer atividade, exceto pagamento de salário de jogador profissional. Para ele, a missão do Governo é fomentar todas as modalidades, e não sustentá-las. Vicente Sobrinho defendeu que a Confederação Brasileira de Futebol poderia intervir. "Nosso resgate passa necessariamente pela CBF. É o órgão mãe e tem um orçamento fabuloso, gigantesco", pontuou.

Paulo César Vilarinho elaborou projeto de lei para ajudar clubes de futebol

Enquanto deputado até o início do ano, Paulo César Vilarinho comentou o percentual de 31,8% de teresinenses que não torcem para nenhum time da capital, número maior que os da torcida de Flamengo (31,3%) e River (30,8%). "Toda pesquisa representa o momento. O momento que nós vivemos hoje é que o futebol do Piauí é fora de série: fora da Série A, da B, C, é um futebol que não existe", disse.

Para o petebista, a culpa pela situação não é do Governo ou iniciativa privada, e sim da Federação de Futebol do Piauí, que teria se transformado em "capitania hereditária". "Eles (empresários) não acreditam, não investem no futebol porque não confiam em quem comanda ele. A gente tem que mudar quem dirige o futebol e quem dirige os clubes. Você vê que acabaram as categorias de base", pontuou.

"Quanto é que o governo do Rio de Janeiro dá para o Flamengo? Zero. A iniciativa privada vai porque dá mídia, tem o retorno da televisão. [...] O que nós temos mesmo é time de futebol. Nós não temos clube", acrescentou. 

Paulo César Vilarinho é autor de duas leis já sancionadas: a do Dia do Atleta Profissional, na primeira segunda-feira de outubro, e a que determina a execução do hino nacional antes de cada jogo no Estado, descumprida nos dois anos de vigência. Ele deixou na Assembleia o projeto Gol de Placa, ainda analisado em comissões. A ideia é que o Governo dê prêmios pela participação e resultados em torneios, para ajudar os clubes na sua manutenção. Bancar tudo, não. "Clube tem que viver mesmo é com ajuda da sua torcida", concluiu. 

Fábio Lima
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