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O filme "Cazuza – O Tempo não Para” fecha o mês do Clube do Vídeo

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Para fechar a programação do mês de julho do Clube de Vídeo de Teresina, a Prefeitura de Teresina, por meio da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, exibe o filme “Cazuza – O Tempo não Para”. A exibição acontece amanhã (30), a partir das 18h30, na Sala de Vídeo da Casa da Cultura. A entrada é gratuita.
 

O filme abrange desde o início do Barão Vermelho até pouco antes da morte de Cazuza em decorrência da AIDS, o que aconteceu em 1990. Escrito pela habitual dupla Fernando Bonassi e Victor Navas, por sua vez baseado no livro escrito por Lucinha Araújo, mãe do cantor, o roteiro é um primor de bem escrito, que ao mesmo tempo em que não cai na bobagem de tentar explicar o protagonista, mostra-o sempre do ponto de vista de outras pessoas, seja seus pais ou seus amigos. Isso torna o filme mais calcado na realidade e sem aquelas suposições de subjetividade que os contadores de estórias têm a mania de fazer para tornar o personagem mais interessante ou menos bidimensional.


Poucos filmes nacionais desenvolveram tão bem os seus personagens coadjuvantes, tornando-os importantes para a absorção da obra por parte do espectador. Outro ponto alto é o retrato da juventude da época. “Cazuza” mergulha sem pudor no que representava ser jovem nos anos oitenta, o que faz o filme ser, acima de tudo, um retrato honesto e corajoso, tal como foi o seu ilustre personagem-título. Sempre numa urgência bem-vinda, coerente com a própria vida do cantor, que viveu intensamente e morreu jovem, o filme só arrisca tropeçar nos cortes de tempo que deixam aquele espectador desatento meio perdido. Entretanto, nada que não seja remediado logo dois minutos depois.


Em meio a tantas produções com um engajamento artístico ou intelectual exacerbado, “Cazuza – O Tempo Não Pára” é um refresco para os sentidos, principalmente sendo um musical, um grande musical, aliás, gênero infelizmente pouco explorado na nossa cinematografia. Gostos musicais à parte, o que importa é a dinâmica que a obra consegue ter com o espectador. Sandra Werneck e Walter Carvalho fizeram um trabalho à altura de seu personagem-título, que ao fim da projeção você percebe que ele foi mais do que um cantor, foi um artista que com sua poesia bastante singular até hoje consegue, ao contrário do que prega uma de suas canções mais conhecidas, fazer o tempo parar.


Redação
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