Os candidatos Sílvio Mendes (PSDB) e Wilson Martins (PSB) participaram na noite desta sexta-feira (6) de debate no Sindicato dos Médicos do Piauí - Simepi -, onde a saúde foi o único tema principal. João Vicente Claudino (PTB) também foi convidado, mas não compareceu, e justificou outros compromissos em suas agenda. Os dois presentes, que são médicos, trocaram gentilezas, mas soltaram alfinetadas durante, e especialmente no encontro.
Fotos: Carlos Lustosa Filho/Cidadeverde.com
Fotos: Carlos Lustosa Filho/Cidadeverde.com
Na primeira parte do debate, os candidatos responderam perguntas do Simepi, Conselho Regional de Medicina, e Associação Piauiense dos Médicos. Depois, foram questionados por profissionais na plateia que lotou o auditório - muitos ficaram em pé. Em seguida, o debate contou com perguntas entre os dois candidatos, mas sempre tendo a saúde como tema.
Quando perguntado sobre financiamento público em instituições privadas, o neurocirurgião Wilson Martins citou o hospital Sarah Kubitschek, em Brasília/DF, onde um médico recebe R$ 11 mil de salário, além de produtividade. O candidato afirmou que não será possível implantar tal sistema no Piauí. O ortopedista Sílvio Mendes rebateu dizendo que o Sarah Kubitschek não serve de exemplo, por receber mais recursos que o Piauí inteiro e não ser fiscalizado como órgão público.
Na pergunta seguinte, sobre financiamento da saúde, Sílvio Mendes disse que Teresina gasta mais da metade do que arrecada com pessoas de outras cidades e estados. Ele afirmou que o município fez 25 mil atendimentos do interior no ano passado. "Não existe no interior um hospital que tenha resolutividade. Nenhum. É preciso ter hospitais que centralizem o serviço de alto custo", declarou.
Wilson rebateu dizendo que Teresina tem 23% da população do Piauí e recebe 50% do que o Estado repassa para a saúde. Portanto, seria natural fazer mais atendimentos. Ele comparou hospitais da capital aos do interior. "Sílvio Mendes não conhece o Piauí para dizer que os hospitais não têm resolutividade. Não é verdade. Vossa senhoria deveria conhecer os hospitais de Parnaíba, Bom Jesus, e Oeiras".
Sílvio Mendes usou tempo de outra pergunta para rebater. "Eu me preparei para ser chamado de mentiroso durante toda a campanha", disse, interrompido por Wilson seguidamente com "não, não". O tucano reagiu. "Se o senhor falou que eu faltei com a verdade, é porque eu sou mentiroso. Eu não sou burro". A declaração arrancou risos da plateia.
O atual governador admitiu que existem problemas na gestão da saúde, mas disse que o Estado ajudou bastante Teresina. "Candidato, de tanto dinheiro que nós investimos em Teresina, repassamos 195 milhões em ICMS", falou Wilson. em resposta, Sílvio Mendes disse que não é nenhum favor do Governo do Estado repassar valores do imposto. "Se não fosse repassado, seria um crime".
Confronto direto
Nas perguntas de candidato para candidato, Wilson Martins questionou por que Sílvio Mendes reduziu a carga horária do Programa Saúde da Família quando era prefeito. O tucano elogiou o programa do Ministério da Saúde, disse saber que a redução é irregular, mas explicou que a decisão foi tomada entre médicos e a Prefeitura por não haver resolução federal definida. O médico passa seis horas no posto e depois pode exercer outro trabalho.
Nas perguntas de candidato para candidato, Wilson Martins questionou por que Sílvio Mendes reduziu a carga horária do Programa Saúde da Família quando era prefeito. O tucano elogiou o programa do Ministério da Saúde, disse saber que a redução é irregular, mas explicou que a decisão foi tomada entre médicos e a Prefeitura por não haver resolução federal definida. O médico passa seis horas no posto e depois pode exercer outro trabalho.
Em seguida, Sílvio Mendes perguntou para Wilson Martins por que o Estado não repassa os 11% de recursos previstos em lei apra se investir na saúde do Município. O governador contestou, dizendo que os investimentos foram maiores que 12%, elencou gastos com saneamento básico e prometeu investir ainda mais. Sílvio rebateu dizendo que a saúde do Piauí vai mal por saneamento e alimentação de presos serem inseridos nas despesas que poderiam ser de hospitais, e defendeu investimento específico.
Na reta final do debate, o clima ficou mais acirrado. Wilson Martins disse saber que "quando for eleito, (Sílvio) vai ficar na oposição". O ex-prefeito respondeu. "A oposição é tão digna quanto o governo. Eu não quero ganhar a eleição por qualquer caminho ou comprando a consciência de quem quer que seja".
Em outro momento, Sílvio Mendes lembrou que Wilson Martins foi presidente do PSDB e líder do governo de Mão Santa. "Ele foi o homem mais importante de todos os governos de todos os partidos. Vamos comparar a adminstração estadual com a minha, eu topo". Foi a vez do governador rebater. "Sílvio Mendes insiste em falar sobre isso, mas o PSDB que eu participei foi o de Wall Ferraz. Eu apoiei Mão Santa, mas não fui gestor. Eu fui secretário por um ano e três meses do município. Sílvio passou 10 anos em Teresina e a saúde não tem resolutividade".
Sílvio desafiou Wilson a mostrar um hospital do Estado que tenha resolutividade. Wilson convidou o candidato a ir com ele por vários municípios do Piauí: "Pode colocar o seu tênis para a gente andar muito".
Última atualização - 20h50
Carlos Lustosa Filho (flash do Simepi)
Carlos Lustosa Filho (flash do Simepi)
Fábio Lima (da Redação)
