A Polícia Civil do Piauí solicitará à Assembleia a alteração de leis para facilitar a investigação de policiais que tenham participação no crime organizado. A delegada Eugênia Rego Vila, diretora da Academia de Polícia, afirma que este é um dos encaminhamentos resultantes do curso de capacitação e treinamento do combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.
Fotos: Carlos Lustosa Filho/CidadeVerde.com
Ela explica ainda que a Lei Complementar nº 13 no Piauí não contempla uma investigação do patrimônio de policiais. "Vamos propor que a Assembleia elabore um projeto de lei para a criação de uma sindicância patrimonial, que ainda não existe no Piauí. Só assim ficará mais fácil investigar os sinais exteriores de enriquecimento ilícito", afirmou.
A delegada diz também que o tráfico de drogas é apenas uma pequena parte do mundo que é o crime organizado. "Como disse um dos palestrantes, a droga em si não é nada frente a todos os bens e dinheiro que é movimentado. Neste curso aprendemos que temos que abrir a mente para este universo. Não basta prender traficante", completou.
Palestrantes
Um dos palestrantes que encerrou o encontro foi o delegado federal Getúlio Bezerra Santos, do departamento de Polícia Federal de Brasília. Em seu painel, ele falou sobre a anatomia do crime organizado.
Ele disse que é preciso que as leis brasileiras evoluam. "Nós estamos tratando o crime organizado como se fosse uma quadrilha ou um bando. Mas ele é bem mais grave. Estamos com a legislação defasada, de 1940. É preciso que seja adotado o projeto de lei 150/2006, que condensa as leis internacionais e as adatpa ao Brasil", declarou.
Alexandre Silveira de Oliveira, coordenador geral de repressão à entorpecentes da PF de Brasília, também palestrante deste curso, afirmou que é preciso intensificar as ações conjuntas entre as polícias, inclusive de outros países, para melhor combater o crime.
"O crime organizado não tem fronteiras. É preciso continuar buscando mais conhecimento e investigar a lavagem de dinheiro", disse.
Flash de Carlos Lustosa Filho
Redação de Leilane Nunes
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