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Famílias brasileiras têm potencial para aumentar o endividamento

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu nesta terça-feira, em Nova York, que existe um potencial para aumentar, com responsabilidade e segurança, o endividamento da família brasileira.


"As famílias brasileiras têm baixo nível de endividamento, na comparação com outros países. Não quer dizer que eu espero que todos se endividem como nos EUA, no Japão ou no Reino Unido", afirmou o ministro, em discurso a investidores e analistas estrangeiros, na sede nova-iorquina do Council of the Americas.


Mais tarde, em entrevista coletiva, Mantega baixou o tom e afirmou que não defendeu o endividamento do consumidor brasileiro.


"Eu mostrei [aos investidores presentes] que a família brasileira é uma das menos endividadas. Isso significa que tem espaço para aumentar o endividamento. E poderia ser, por exemplo, comprando habitação, que é uma maneira boa", declarou.


Mantega disse ainda que "há um boom de construção no Brasil, e o consumidor está propenso a pensar na casa própria ou na melhoria da habitação". "Não estou estimulando, o que mostrei é que, se quiser, o consumidor brasileiro pode aumentar o seu endividamento e ainda vai permanecer em condições sólidas, seguras, porque está a quilômetros de distância do endividamento dos países avançados", disse ainda.


"Não há bolha imobiliária e nem no mercado de capitais. Temos evitado todas as bolhas", acrescentou.


Na palestra a investidores, ele falou ainda de "desafios" para o próximo governo: "Manter alta a taxa de investimento, principalmente em infraestrutura"; "controlar mais o gasto corrente"; e "viabilizar um volume maior de investimentos, inclusive com grandes projetos, que precisam de financiamento de longo prazo".


Mantega defendeu também a reforma tributária, que ele "gostaria de ter feito", e a manutenção do equilíbrio das contas internas.


Dívidas
O percentual de famílias endividadas no Brasil subiu de 59,1% em agosto para 59,2% em setembro, segundo uma pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), divulgada no mês passado.


Ainda de acordo com esse estudo, do total de famílias endividadas,uma parcela de 9,0% não terá condições de pagar suas dívidas, ante 8,8% no mês anterior. O percentual dos que responderam que têm dívidas ou contas em atraso se manteve em 24,7%.


O cartão de crédito é o principal tipo de dívida para 71,5% das famílias endividadas, seguido pelos carnês (24,6%) e pelo crédito pessoal (10,7%).


Fonte: Folha

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