O senador Heráclito Fortes (DEM/PI) usou a tribuna do Senado nesta quinta-feira (14) para rebater as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em Teresina, Lula agradeceu ao povo piauiense por impedir a reeleição dele e de Mão Santa (PSC/PI), dois dos principais nomes de oposição em Brasília/DF. Para o parlamentar, o presidente vive "a síndrome do está chegando a hora", pois voltará a ser um cidadão comum após a campanha.

"O tal do “tá chegando a hora”, quando bate num homem que passa esse tempo todo no poder, deve ser terrível. Todos aqueles que se mostravam amigos e fiéis, na verdade, eram amigos da sua caneta e do cargo que ocupavam", disse Heráclito Fortes, que lamentou o discurso do presidente na capital piauiense. Ele ainda mencionou a queda na diferença de intenções de votos entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) na disputa pela Presidência.

Para o senador, Lula tem ódio pela derrota que derrubou a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira, "porque a CPMF, naquele momento, nada mais era do que um teste para colocar em seguida a proposta de votação do terceiro mandato. E aquilo o desapontou". Heráclito se vê como maior vítima do presidente porque na época foi noticiado que o parlamentar do DEM fez tal denúncia. 

Lula assinou ordens de serviço para obras de rodovias em Teresina. Segundo Heráclito, as mesmas foram vetadas no Orçamento da União há 40 dias pelo próprio presidente. Além da BR-020 e da BR-135, o senador citou outros exemplos, como a construção da Barragem de Atalaia no Município de Sebastião Barros; o sistema de controle das enchentes do rio Poti, em Teresina; construção do trecho Gilbués/Santa Filomena; construção das eclusas da barragem da Boa Esperança; construção do trecho rodoviário Piripiri/Matias Olímpio – BR-222; implantação do perímetro irrigado dos tabuleiros litorâneos do Piauí na sua segunda etapa; e implantação do perímetro irrigado no platô Guadalupe na sua segunda etapa.

"O Presidente da República vetou todas essas obras e agora vai ao Piauí assinar uma ordem de serviço fajuta, eleitoreira, para justificar uma ida à capital do meu Estado pedir voto para os seus candidatos. Faz isso assinando ordem de serviço inócua, porque não existem recursos no orçamento", acrescentou Heráclito Fortes.