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Segurança e eleições diretas no TJ são temas no debate da AMB

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Fotos: Yala Sena e Carlos Lustosa Filho/Cidadeverde.com

Segurança dos juízes e eleição direta para presidente dos Tribunais de Justiça foram alguns dos temas de maior destaque nesta sexta-feira (22) na Associação dos Magistrados do Piauí - Amapi. Candidatos a presidente da Associação dos Magistrados Brasileros - AMB -, Nelson Calandra, de São Paulo, e Gervário Santos, do Maranhão, debateram propostas em Teresina para um público de milhares de pessoas. Tudo por conta da transmissão em vídeo realizada pelo Cidadeverde.com, a primeira online da história da magistratura do país.


Depois das explanações, a reta final do debate foi dedicada a perguntas dos presentes. A primeira foi do juiz Sérgio Luís Carvalho Fortes, da comarca de São João do Piauí, sobre a posição do candidato a respeito da PEC dos 75 anos. Por sorteio, Calandra respondeu, e disse ser contra. Lembrou inclusive que seu pai, esportista, faleceu aos 72. Presidente da associação dos magistrados paulistas, citou o grupo criado pela entidade para dar apoio e assistência aos aposentados. E ainda brincou: "Tenho boa saúde, não vou morrer logo. Podem votar em mim sossegados".


A juíza do trabalho Loisima Miranda questionou Gervásio Santos sobre a defesa do magistrado. Exaltada, ela disse que a categoria é frágil e o profissional está abandonado, humilhado e com medo. O candidato lembrou que conseguiu, em 15 dias, levar de volta ao TRE/MA o juiz Sidarta Gautama. "Revertemos o quadro contra a família mais poderosa do Maranhão", disse, reafirmando o avanço da AMB e defesa das prerrogativas. Falou ainda que o principal problema do Conselho Nacional de Justiça é "não ter limites", e defendeu que a regulamentação é mais importante que a composição do CNJ.


A pensionista Zélia Vilarinho reclamou que as aposentadas não foram lembradas durante o debate. "Como não votamos, não somos valorizadas", disse, definindo a si e colegas como "fantasmas". Calandra defendeu o voto para esse segmento, o que não ocorreu em 60 anos de AMB. "Nós não podemos falar em democracia na eleição dos tribunais se não fizermso a lição de casa", declarou o opositor, lembrando ter criado uma diretoria para pensionistas na associação de São Paulo, com corpo jurídico para orientá-las. 


O desembargador Joaquim Santana, do Tribunal de Justiça do Piauí, lembrou que a AMB é uma associação nacional, mas lamentou a separação dos magistrados federais nos últimos anos. Para recompor a magistratura dividida, Gervásio Santos defendeu a participação da magistratura do Trabalho e Federal. O candidato pretende reunir as entidades para tratar um plano de atuação conjunta no âmbito do Congresso Nacional e CNJ. Para ele, a unidade se faz com tratamento igualitário e oferta das mesmas condições de ferramentas de trabalho.


Juíza da comarca de José de Freitas, Maria Zila questionou Calandra sobre a segurança dos magistrados, em especial nos municípios do interior. O candidato lembrou que uma juíza foi atacada com dois tiros quando saia com as filhas e acabou aposentada por depressão profunda. Em outro caso, admitiu falha no assassinato de um juiz. "Muitas vezes costumamos banalizar ameaças que sofremos", declarou. Nelson Calandra defende uma diretoria de segurança com auxílio dos magistrados da Justiça Militar, e um Plano Operacional de Segurança da Magistratura. 


Ulisses Gonçalves Silva Neto, juiz de Marias Olímpio, encerrou a rodada de perguntas questionando Gervásio Santos sobre a eleição direta para cargos de tribunais. "O presidente do Tribunal de Justiça exerce o cargo mais de gestão que de representação, e dependemos diretamente das ações de gestão adotadas pela presidência", falou o candidato. "Se nós buscamos valorização na sociedade, também temos que ser valorizados internamento: cada cabeça um voto", defendeu, pedindo inclusive a participação de pensionistas. 


Fábio Lima
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