O presidente da Associação das Vítimas da Barragem Algodões I, Corsino Medeiros dos Santos, denunciou ao Cidadeverde.com que após a decisão judicial determinando o pagamento de ajuda financeira às vítimas, o governo do Estado só repassou uma parcela.


 
Segundo ele, apenas no mês de maio, um ano após a tragédia, com o bloqueio das contas e o sequestro do dinheiro pela Justiça, foi paga um parcela. “Já faz seis meses e mesmo o Tribunal de Justiça acatando a decisão da juíza de Cocal, o governo nunca mais recebeu a ajuda financeira. Tem gente passando fome e mesmo assim não sensibiliza o governo”, destacou Corsino Medeiros. 


 
A decisão do Tribunal de Justiça é de julho deste ano, do desembargador  Luiz Gonzaga Brandão e a sentença acarretaria em multa de R$ 5 mil por dia para o Estado. 


 
Os valores determinados são de R$ 60 para cada vítima, R$ 30 para cada filho menor de 18 anos, e R$ 58 para cada família atingida. Calcula-se que o número de vítimas tenha sido de 1.500 pessoas, cerca de 300 famílias, que ainda sofrem com a perda de casas e lavouras, devastadas pelas águas do rio Pirangi.


 
“Tem família que não tem roçado e mesmo morando na agrovila feita pelo governo, tem problema com a falta de água”, destacou. 


 
Como se não bastasse o atraso da ajuda às vítimas, que até hoje sofrem com os efeitos do rompimento da barragem Algodões I, em 27 de maio de 2009, agora essas pessoas também estão sem assistência social. 


 
De acordo com o presidente da Associação, as assistentes sociais estão sem aparecer na cidade desde a semana passada, também por falta de pagamento dos salários. 

Versão da Sasc

A secretária Gilvana Gayoso disse ao Cidadeverde. com  que ainda não tem a informação de como as próximas parcelas serão repassadas para as famílias vítimas. "Na primeira parcela, que foi paga no semestre passado, fizemos o acompanhamento, mas o repasse foi feito pela secretaria de Fazenda para as contas das família. Agora o governo ainda está em negociação e fase de definição de como será feio os outros pagamentos. Mas podemos garantir que o governador Wilson Martins vai honrar  com o pagemento, entretanto está em processo o valor a ser pago a cada família e qual órgão vai fazer o repasse, se a Defesa Civil, por exemplo", disse.


Kildere Carvalho, procurador geral do Estado, que acompanhou todo o processo para a ajuda financeira às vítimas disse que foi realizada uma reunião há algum tempo, onde próprio presidente associação das vítimas colocou que havia na relação pessoas que não foram atingidas pela tragédia.

"Por conta disso acertamos de provocar a juíza e o promotor de Cocal para ver quem realmente foi atingindo. O trabalho de recadastramento já está concluído. Agora estamos provando a Secretaria de Fazenda para liba ração dos recursos. É uma questão de tempo", pontuo o promotor.

 

Caroline Oliveira e Adriana Cláutenes Lemos
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