O grupo Matizes pede apuração no caso de médico Arilson César de Aguiar Barreto, 40 anos, assassinado a facadas e encontrado em plena rua em Canto do Buriti. O caso aconteceu na madrugada desta sexta (17). Segundo a polícia, a vítima era homossexual e não descarta a hipótese de crime homofóbico.

“Não descartamos essa possibilidade, mas também estamos investigando se é um caso de latrocínio, porque a bolsa e as roupas dele foram levadas”, descreve o tenente Alves, titular da delegacia de Canto do Buriti. Testemunhas do caso estão sendo ouvidas durante toda a manhã de hoje. A arma do crime já foi encontrada e será encaminhada à perícia. 


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A coordenadora do grupo Matizes que defende direito dos homossexuais, Marinalva Santana, pede rigor nas investigações. “Muitos crimes desta natureza podem ter natureza homofóbica. Geralmente neste tipo de crime as características são: a violência, a morte com requintes de crueldade – como muitas facadas ou tiros, a vítima encontrada sem roupa, às vezes órgãos sexuais mutilados e sempre circunstâncias misteriosas”, declara.

Dados
Estudo realizado pelo professor Luiz Mott, que tem pesquisa sobre o número de assassinatos de homossexuais, em 2010 até o último dia 15, foram 235 mortes. No Piauí, este ano, ocorreram pelo menos quatro assassinatos com motivação homofóbica, segundo Marinalva Santana.

“Isso nos faz querer que a Delegacia das Minorias faça como a Delegacia do Idoso e investiga os casos também no interior. Iremos falar com o secretário de Segurança sobre isso. A tendência atual do governo é querer fechar a delegacia que só tem dois agentes. Alegam que o número de ocorrências é pequeno, mas esquecem que a delegacia não tem só o caráter investigativo, mas também educativo”, pontua.


Carlos Lustosa Filho
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