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Documentarista que concorreu ao Oscar e fotógrafo morrem na Líbia

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Dois fotojornalistas ocidentais -- o documentarista britânico indicado ao Oscar Tim Hetherington e o americano Chris Hondros-- foram mortos durante confrontos entre rebeldes e forças leais ao ditador líbio, Muammar Gaddafi, em Misrata nesta quarta-feira. Outros três fotógrafos ocidentais também ficaram feridos.



Hetherington dirigiu o documentário "Restrepo", que fala sobre soldados americanos no Afeganistão e foi indicado ao Oscar em 2010. Ele foi morto dentro da cidade --a única controlada por rebeldes no oeste do país, de acordo com a sua agente, Johanna Ramos Boyer. A cidade estava cercada por forças do regime há várias semanas.


Nesta terça-feira, ele havia postado em sua página no microblog Twitter: "Estou cercado na cidade líbia de Misrata. Ataques indiscriminados das forças de Gaddafi. Nenhum sinal da Otan".


"Tim estava na Líbia para continuar seu projeto de chamar a atenção para crises humanitárias em tempos de guerra", disse a família Hetherington em um comunicado. "Sentiremos sua falta para sempre".


Hondros morava em Nova York e trabalhava para a agência Getty Images.



"Ele dava um ar de intimidade ao seu trabalho", disse Swayne Hall, amiga de longa data que trabalha para a agência Associated Press. "Algumas pessoas usam lentes de longo alcance e não tem que se aproximar muito. Mas Chris chegava perto, ele não tinha medo de fotografar nada", contou.

Os outros dois fotógrafos feridos -- Guy Martin, britânico que trabalhava para a agência Panos e Michael Christopher Brown-- foram tratados após serem atingidos por estilhaços de munições, de acordo com fontes médicas.

As circunstâncias das mortes não foram esclarecidas de imediato. O comunicado da família Hetherington diz que Tim foi morto após ser atingido por uma granada.

Outros dois jornalistas morreram no conflito na Líbia, de acordo com o Comitê de Proteção a Jornalistas, com base em Nova York. Um homem armado matou Mohammed al Nabbous, fundador da versão on-line da TV líbia Al Hurra em Benghazi no dia 19 de março. O cinegrafista Ali Hassan al Jaber foi morto quando sua equipe da rede de TV Al Jazeera caiu em uma emboscada em Benghazi em 13 de março.

Forças leais a Gaddafi intensificaram os ataques contra Misrata, a terceira maior cidade líbia, lançando foguetes contra áreas residenciais da cidade, de acordo com testemunhas e fontes dos grupos de defesa dos direitos humanos.

A Otan já admitiu que os bombardeios aéreos são limitados no que diz respeito a proteger civis -- que é o principal objetivo da missão internacional.

BIOGRAFIAS

Hetherington nasceu em Liverpool e estudou literatura e fotojornalismo na Universidade de Oxford. Famoso por sua habilidade em capturar imagens em vídeo de zonas de conflito, ele trabalhou como cinegrafista em documentários e produziu vídeos para o programa "Nightline", da rede ABC News.

Suas fotos também apareciam na revista "Vanity Fair", para a qual trabalhava como colaborador. Em 2010, ele ganhou o prêmio World Press Photo por sua cobertura da atuação dos soldadoa americanos no vale Korengal, no Afeganistão, e lançou um livro de fotos com imagens do conflito.

Hondros, 41, trabalhava em áreas de conflito desde 1999, tendo atuado na guerra de Kosovo, Iraque e Afeganistão. Seu trabalho era publicado em várias revistas e jornais do mundo todo.

Ele havia ganhado o prêmio de honra ao mérito do World Press Photo e a mdealha de ouro Robert Capa, um dos maiores prêmios de fotografia em áreas de guerra.


Fonte: Folha
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