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10 mil fiéis homens participam da Procissão do Fogaréu em Oeiras

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Mais de dez mil homens, segundo a Polícia Militar, participaram da procissão do Fogaréu na noite desta quinta-feira (21), na cidade de Oeiras (a 300 quilômetros de Teresina). A procissão reúne fiéis de diversos municípios piauienses e até de outros estados e faz parte do calendário da Semana Santa mais tradicional do Estado.

A procissão do Fogaréu, realizada em poucas cidades do Brasil, é formada apenas por homens, devido a uma tradição secular que representa o momento em que os soldados romanos saíram às ruas em busca de Jesus. Os homens saem em procissão levando tochas acessas, após a iluminação pública da cidade ser desligada. As mulheres, que não podem participar, acompanham tudo das calçadas e janelas. As mais idosas ficam rezando dentro de casa.

Fotos: Francisco Gilásio/Ccom


O Fogaréu sai da catedral de Nossa Senhora da Vitória com os homens cantando hinos de louvor ao som da matraca e percorre as ruas do centro histórico de Oeiras, retornando ao ponto de partida. Na volta, no adro da catedral, os romeiros assistem ao sermão, este ano feito pelo padre Wellinstone Carvalho Viana, reitor do Seminário Maior Sagrado Coração de Jesus, de Teresina.

A Semana Santa em Oeiras começou na quinta-feira passada, com a Procissão da Fugida, quando fiéis levaram a imagem de Jesus da catedral de Nossa Senhora da Vitória para a igreja de Nossa Senhora do Rosário, de onde retornou no dia seguinte, na Procissão de Bom Jesus dos Passos. Além da Procissão do Fogaréu, o calendário destaca ainda as procissões do Senhor Morto, na Sexta-Feira da Paixão, e a do senhor Ressuscitado, no Domingo da Ressurreição.



A religiosidade de Oeiras se mantém graças a pessoas como o lavrador Manoel Rodrigues Sepúlveda, que acompanha a Procissão do Fogaréu há 50 anos. Aos 79 anos de idade, ele conta que, mesmo morando na zona rural, não perde nenhuma manifestação religiosa na cidade. “Nem todos os domingos venho para a missa, mas na Semana Santa me mudo para a cidade e não perco nenhuma missa ou procissão. Aprendi com meus avós e com meus pais”.

Sem filho homem, Manoel Sepúlveda entregou ao genro João Luis a missão de manter viva a tradição. “Há bastante tempo acompanho a Procissão do Fogaréu. Aqui ninguém se cansa, faz parte da vida da gente”, diz João Luís.





Da redação
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