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Artesãs de palha do PI incrementam produção e já atendem a Finlândia

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Da palha da carnaúba, árvore nativa do nordeste brasileiro, artesãos de Parnaíba, cidade ao norte do Piauí, já começam a receber o pagamento de parte das peças que vendem em outras moedas de países distantes e de culturas distintas à da brasileira. A associação dos artesãos especializados nesse tipo de trabalho, além de ver crescerem as vendas para o mercado interno, também vislumbra estreitar seus negócios com países como Finlândia e Alemanha, para os quais já entregou encomendas de seus produtos.

Fotos: Anay Cury/G1


A produção ainda é pequena – são fabricadas perto de mil peças por mês, como balaios, redes e utensílios para cozinha – porém, a demanda de cidades de outros estados tem crescido, fazendo com que as artesãs busquem acelerar o ritmo de produção, feita dentro da sede da entidade, em Ilha Grande de Santa Isabel, em Parnaíba, no Piauí.

A participação da associação em feiras específicas organizadas nas grandes capitais do país tem contribuído para que o negócio cresça de forma mais acelerada. Segundo Serrate Maria Souza Gonçalves, 43 anos, presidente da associação, grandes lojas começam a se interessar em revender seus produtos.

“Em São Paulo, tem uma loja grande que chega a comprar até 2 mil peças. Não sabemos o que eles fazem com o artesanato, quem comprou...só sabemos que foi vendido”, disse Serrate, que há 11 anos faz os mesmos trabalhos.

Em regime de cooperativa, os associados recolhem 20% da renda arrecadada para um fundo, a fim de que nenhuma eventualidade fique descoberta. Serve também para melhorar a estrutura de trabalho dos cooperados, como a recente construção da sede da associação.

Destino internacional também tiveram os artesanatos em renda de bilrro feitos por mulheres da região do Delta do Parnaíba. As peças produzidas por 16 mulheres e 1 rapaz já chegaram à Portugal e Estados Unidos, devido à visita dos turistas. No entanto, não é somente do mercado internacional e dos visitantes do Delta do Parnaíba – a sede da instituição fica ao lado – que as rendeiras vivem.

Além desses mercados locais e externos, a cooperativa, que tem apenas um ano, começa a receber encomenda de grandes redes de lojas para a fabricação das peças.

“Estamos fazendo o pedido para uma loja de roupas masculinas. Eles pediram dez peças, dez lenços”, contou a presidente da associação, Alessandra Costa Silva.

Apesar de a produção do artesanato em renda levar até três meses para ficar pronta, dependendo da peça, os preços compensam o esforço despendido. Uma toalha de mesa decorada com rendas típicas da região chega a custar R$ 800. “Estamos nos especializando em cursos dados pelo Sebrae e apostando em qualidade, sempre”, disse Alessandra, que é de uma geração de artesãos que viveram na região.

No mesmo circuito de turismo artesanal está a Associação Artesanal do Barro Vermelho, que produzo peças em cerâmica utilizando a carnaúba e argila, e contribui para o sustento de 70 famílias da região. A organização ainda tem de passar por um reordenamento de suas atividades comerciais. Lá, a venda das peças ainda é absorvida pelo mercado local. De tudo o que é comercializado, 70% são vendas locais.

Fonte: G1

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