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Prefeitura alerta população para incidência de calazar em Teresina

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A alta incidência de calazar humano em dez comunidades da capital mobiliza equipes de zoonoses da Fundação Municipal de Saúde (FMS), da Prefeitura de Teresina, no trabalho de intensificação de controle da doença. É o que vem ocorrendo no bairro Santo Antonio (Zona Sul), onde foram examinados, nesses últimos dias, 2.222 cães, dos quais 1.104 estavam infectados pela leishmaniose visceral. Em 166 imóveis, os proprietários se recusam a permitir o exame no animal e a FMS apela aos moradores para a necessidade da realização desse trabalho, que é de prevenção da saúde pública.

Os números foram divulgados nesta quinta-feira, 30, pela Coordenação da Equipe Técnica de Controle da Raiva, Leishmaniose e Outras Doenças, da Gerência de Zoonoses da FMS. Segundo a coordenadora técnica da equipe, Rosângela Cavalcante, no bairro Santo Antonio, o percentual da população canina infectada é de 49,68%, considerado bastante alto. “É preciso que haja compreensão desses moradores em permitir a entrada dos agentes de endemias nos imóveis para a realização do Inquérito Sorológico Canino, pois assim a Prefeitura pode trabalhar para proteger a saúde da própria família”, esclarece.

De acordo com Rosângela Cavalcante, os animais infectados estão sendo submetidos à eutanásia e o próximo passo é o de borrifação dos imóveis onde foram diagnosticados os cães contaminados, para eliminação do inseto vetor. “Vale lembrar que o procedimento de borrifação só será feito nas casas onde há incidência da doença no animal porque em muitos casos de resistência dos proprietários, eles desejam que o imóvel seja borrifado, mesmo sem a certeza dessa necessidade. Então, é preciso que eles também colaborem e permitam o exame canino”, frisa Rosângela Cavalcante.

O trabalho de Inquérito Sorológico Canino já foi também iniciado nos bairros Bela Vista e São Sebastião. Serão ainda alvos da ação os bairros Parque Alvorada, Cidade Nova, Parque Piauí, Santa Maria, Lourival Parente, Angelim e Pedra Mole. Os dez bairros são caracterizados como de transmissão intensa ou moderada e registraram, nos últimos três anos, 91 casos de calazar humano, uma vez que a doença é transmitida do inseto contaminado flebotomíneo (mosquito palha, entre outros) para o ser humano, sendo o cão seu principal reservatório no Brasil, além da raposa.

A endemia
Revela o Ministério da Saúde que a leishmaniose visceral, ou calazar, é um crescente problema de saúde pública no Brasil e em outras áreas do continente americano, sendo uma endemia em franca expansão geográfica. Os cães infectados podem ou não desenvolver quadro clínico da doença, cujos sinais são: emagrecimento, eriçamento e queda de pelos, nódulos ou ulcerações (mais frequentes nos bordos das orelhas), hemorragias intestinais, paralisia de membros posteriores, ceratite (inflamação da córnea) com cegueira e caquexia (enfraquecimento extremo).

No ser humano, os principais sintomas da doença são: lesões na pele, infecções em órgãos como fígado e medula óssea, febre, anemia, desidratação, desmaios, sangramentos, palidez e perda de peso.

Da Redação
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