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Robert Rios usa documentos para se defender e contesta Polícia Federal

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O deputado estadual Robert Rios (PCdoB) respondeu hoje (18) às acusações publicadas no jornal Folha de São Paulo no final de semana sobre o inquérito que a Polícia Federal abriu para investigar um possível desvio de R$ 150 milhões da Assembleia Legislativa do Piauí referentes a verbas federais.

Fotos: Thiago Amaral/Cidadeverde.com

Na reportagem, Robert é citado por conta de uma cirurgia estética feita pela ex-esposa do parlamentar, Bethânia Rios, cujo pagamento teria sido feito pela Assembleia. Robert lembra que todos os parlamentares e seus cônjuges são beneficiados com custeio de tratamentos de saúde e afirma que a cirurgia não teve caráter estético.

"A Mesa Diretora diz que a esposa do deputado tem direito assegurado a saúde. O médico Luis Airton Santos diagnosticou um nódulo na mama direita. Ela fez cirurgia e o nódulo é benigno. Estou com documento do hospital Sírio-Libanês expedido pelo médico Roberto Caique Filho, médico da presidenta Dilma, do Lula, do José Serra [leu o diagnóstico]. Isso aqui desmistifica e denuncia a mentira da PF. É uma prova mentirosa, canalha e cretina que foi colocada em nível nacional. Estou aqui expondo a minha ex-esposa. Ela não merecia isso, mas é necessário. Estou aqui para desmentir. Quero pedir desaculpas para minha ex-mulher, mas infelizmente é a maneira que a Federal inventou para agir no Brasil", declarou em entrevista ao Jornal do Piauí.

Robert Rios, que trabalhou como superintendente da PF/PI antes de entrar na política, assegurou ainda que, mesmo tendo direito, não concorda com o pagamento de tratamentos de saúde de cônjuges de deputados e, por isso, extornou o pagamento feito pela Assembleia. 


Desvio de verba federal
O deputado afirma também que, mesmo que a Alepi parasse de efetuar pagamentos por dois anos não teria condições de desviar o valor denunciado. 

"O delegado [Janderlyer Gomes] instaurou o inquérito justificando que considerava que a Assembleia era beneficiária de transferências mensais R$ 12 milhões da União, depositado em uma conta centralizadora, considerando que o dinheiro poderia ser desviado. Eles sabiam que a Assembleia não recebe nenhum centavo da União, só recebe do governo do Estado. Eles só podem investigar crimes contra a União e não contra o patrimonio do Estado", disse.


Críticas 
Robert Rios fez duras críticas ao delegado Janderlyer Gomes, e ao procurador Alípio Ribeiro, chefe da Procuradoria Geral de Justiça.

"Doutor Alípio, procurador, está investigando todos os deputados, esqueceu de investigar a casa dele. Ele tem uma filha que é funcionária da Alepi. Agora pergunte se ela conhece a Assembleia. Quando ele viu que a Federal ia investigar, correu e mandou a filha pedir exoneração. Como é que o Piauí vai acreditar num procurador que investiga todos os deputados e não investiga a filha?", disse. 

As críticas são por conta da instauração do inquérito que, segundo ele, não tem fundamentação legal, e pela divulgação do conteúdo dos autos.


"Esse inquérito não apresenta nenhuma auditoria. Inventar um bando de mentiras dessas. O comportamento desse delegado é atípico. Que segredo de Justiça é esse se o delegado dá informações para a Folha? Eu quero saber do Dr. Haroldo (Rehém), que decretou o sigilo. Vamos representar contra o delegado. Esse delegado jogou a Assembleia na Folha. Segredo de Justiça só serve para proteger canalhas e corruptos. Acho que no Brasil não deveria haver segredo de Justiça, principalmente para homens públicos. Acho que essa palhaçada tem limite. Quer aparecer, delegado? Apareça", declarou.

Delator
O deputado afirmou ainda que foi chamado na sede da PF, há cerca de um ano, e o superintendente Marcos Antônio Farias, junto com o delegado Janderlyer, teriam pedido que ele delatasse possíveis irregularidades que estivessem ocorrendo na Alepi.

"Há um ano fui chamado na PF e lá estava o ex-superintendente e esse delegado. Eles queriam que eu fosse informante. Eu disse que isso não era papel meu. Eles queriam transformar um ex-superintendente em delator. Eu fui investigado a vida toda. Só ano passado respondi a três inquéritos", disse.

O delegado Janderlyer Gomes está em viagem. Espera-se que ele ou a Polícia Federal se posicionem nos próximos dias. 

Leilane Nunes
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