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Embrapa irá apresentar três novas variedades de feijão caupi

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A Embrapa Semiárido realiza em Petrolina (PE), entre os dias 22 e 25 de agosto, a Feira Semiárido Show 2011. Os visitantes da feira vão conhecer três novas variedades de feijão caupi - BRS Tapaihum, BRS Acauã e BRS Carijó – desenvolvidas pela equipe coordenada pelo pesquisador Carlos Antonio Fernandes Santos, da Embrapa Semiárido.

O feijão caupi é uma das culturas mais importantes para a população do Semiárido do Brasil, tanto como principal fonte de proteína na alimentação, quanto na geração de renda e emprego. Nos sertões da Bahia, Pernambuco e Piauí, as opções de plantio para esta espécie estão limitadas a cultivares de grãos de cores, marrom, canapu e mulato, principalmente.


Os novos materiais da Embrapa oferecem opções interessantes de plantio, pela alta produção, precocidade, resistência às principais viroses e de mercado para os agricultores da região. Um deles, o BRS Tapaihum, por exemplo, é a primeira cultivar de grão de tegumento preto disponibilizadas pela pesquisa para consumo humano. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina há cultivares com essa coloração, mas usadas para adubação verde.

Tapaihum é uma palavra indígena da etnia Pataxó e que significa preto. De acordo com o pesquisador Carlos Antonio, misturada à carne de caprina defumada, poderá ser uma opção para consumidores cozinharem uma autêntica feijoada nordestina.

A BRS Acauã, por sua vez, é a primeira cultivar tipo “canapu” desenvolvida pela pesquisa agropecuária brasileira. Os grãos desta espécie são de cor clara amarelada, formato arredondado, sabor agradável e coloração persistente durante o armazenamento. Ela é recomendada para áreas irrigadas e de sequeiros dos sertões da Bahia, Pernambuco e Piauí.


O terceiro tipo de feijão a ser apresentado é o BRS Carijó. Esta cultivar é do tipo "fradinho", tendo sido desenvolvida para as condições de cultivo do vale do São Francisco, que até então não tinha esse tipo de cultivar.

De acordo com Carlos Antonio, os estudos para desenvolvimento dessas variedades duraram cerca de oito anos e o resultado veio para preencher algumas lacunas no cultivo do feijão, dentro da região. "A BR Carijó ocupa o espaço do feijão-fradinho, que não é muito tradicional na nossa região e não tinha disponibilidade de cultivares. A BRS Tapaihum ocupa o espaço que não havia de variedades de tegumento preto. A BRS Acauã é um feijão tipo canapu, que já existe na região, mas o que o produtor normalmente cultiva pode ser altamente atacado por viroses. E esse BRS Acauã apresenta tolerância a essas viroses", explica.

O pesquisador enaltece a participação dos produtores para o desenvolvimento dos estudos. "Esse trabalho só foi possível porque nós fizemos os experimentos em áreas de produtores. Parte do processo depois que obtivemos o material para a avaliação, que chamamos de linhagem, foi feito em áreas de produtores.

“Conduzimos experimentos com produtores de Acauã, Dormentes, Remanso, Ponto Novo, Santa Maria, Massaroca, em Juazeiro, Santa Maria da Boa Vista e a Petrolândia", conta Carlos Antonio, destacando as vantagens da parceria. "A gente testou em vários ambientes do Vale do São Francisco, aproveitando as condições de cultivo que o produtor oferece, basicamente sem uso de fertilizantes e com baixa aplicação de agrotóxicos".

Além das espécies que serão apresentadas, outros tipos de feijão ficarão expostos durante os quatro dias do SemiáridoShow.

Vão participar da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Tabuleiros Costeiros, Informação Tecnológica, Meio Norte, Agroindústria Tropical, Informática Agropecuária, Milho e Sorgo, Solos – UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.


Da Redação com informações da Embrapa Semiárido
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