Dirigentes esportivos nacionais vieram a Teresina para iniciar o trabalho de preparação da judoca Sarah Menezes para os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, Inglaterra. O primeiro trabalho do diretor técnico internacional da CBJ, Ney Wilson Silva, e o representante do Comitê Olímpico Brasileiro, Sebastian Pereira, foi uma reuniao na tarde desta quinta-feira (8) com a equipe que cuida da judoca no Piauí. No encontro no Sesc Ilhotas, foram feitas reivindicações e acertados ajustes nos trabalhos. Os diretores já deixaram claro que a atleta não deixará o Estado para melhorar sua preparação. 

"Não tenho a menor dúvida de que a Sarah não precisará buscar sair de Teresina para outros Estados", disse Ney Wilson, ressaltando que a CBJ já teve experiências negativas com a mudança do local de treinamento na reta final de preparação. Segundo ele, serão feitos ajustes para evolução técnica e psicológica da atleta, escolhida para iniciar o trabalho da Confederação de preparação individual dos atletas para as Olimpíadas. Sarah Menezes foi escolhida por viver no Nordeste, longe dos outros titulares do Brasil, e pelos resultados expressivos. 

Ney Wilson conheceu a equipe que cuida da judoca no Piauí e teceu elogios. Mas, também recebeu cobranças. Participaram da reunião o técnico Expedito Falcão, o médico Gerardo Mesquita, o fisioterapeuta Rafael Medeiros, a psicóloga Luciana Castelo Branco, o educador físico Paulo Miranda e o presidente da Federação Piauiense de Judô, Danys Queiroz. Eles relataram as dificuldades de trabalho em Teresina e pediram um estreitamento nos contatos deles com a equipe da seleção brasileira, para que todos atuem em sintonia. 

Luciana Castelo Branco relatou que precisa acompanhar Sarah Menezes nas competições nacionais e internacionais. "Eu quero ter tempo para acompanhá-la nos treinos e viajar nas competições, saber suas emoções e como ela atua", declarou. Ela justificou que o trabalho para um torneio é diferenciado e relatou que já foi preciso atender a judoca às 23h na véspera de uma viagem, o que dificulda a preparação. 

"Às vezes eu sinto que carrego um piano. Tenho que pedir socorro ao preparador físico, à psicóloga. A Sarah sempre pegou luta difícil e às vezes o bloqueio psicológico prejudica o seu desempenho", confirmou o técnico Expedito Falcão, que também falou da necessidade da judoca treinar em outras regiões do país para uma maior integração e com outros judocas. O treinador pediu que a CBJ disponibilize meios para esse intercâmbio.

Sarah Menezes afirmou que o contato é importante tanto para ela como para os profissionais. Ela frisou que se sente mais tranquila e forte perto de sua família. Sua próxima competição será os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, em outubro.

Ney Wilson e Sebastian Pereira ficam em Teresina até amanhã. Eles vão visitar as academias e clínicas onde a judoca é atendida, além de acompanhar seus treinamentos para saber das necessidades da atleta.