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Iracema apurará se cortadores de cana usam crack para trabalhar

A deputada federal Iracema Portela (PP) solicitou audiência pública para apurar denúncias de que cortadores de cana-de-açúcar estariam usando o crack  para trabalhar 14 horas por dia ininterruptamente nos canaviais. 


Segundo a deputada, a denúncia foi feita pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, da Assembléia Legislativa de São Paulo. O caso foi levado a Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas da Câmara Federal.  

Semana passada, os deputados da comissão receberam informações de que trabalhadores dos canaviais estariam recebendo crack para aumentarem a produção. 

Segundo a Comissão, os abusos estariam acontecendo nos Estados de Alagoas, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Pernambuco. No Piauí, a deputada disse que não registros desses casos. 

“Os trabalhadores fazem uso da droga para agregar valor físico e aumentar a produção que em geral são pagos pela produtividade. Isso é uma denúncia gravíssima e que iremos apurar”, disse a deputada que integra a comissão da Câmara.

Acionar a Polícia Federal

Relator da Comissão de Políticas Públicas de Combate as Drogas, o deputado federal Givaldo Carimbão (PSB-AL), disse que vai solicitar a Polícia Federal que investigue a denúncia. Ele disse também vai pedir de apuração do Ministério do Trabalho.

A droga, segundo Carimbão, estaria sendo entregue por atravessadores (pessoas que transportam os trabalhadores até as plantações) em vários Estados.

Segundo o parlamentar, as denúncias partiram de relatórios das comissões estaduais que realizaram audiências públicas sobre a situação do consumo e prevenção de drogas nos Estados.  O deputado disse que foram realizadas 24 audiências nos Estados com a presença de deputados da comissão.

“Estamos pasmos. Pois uma coisa é você espontaneamente usar drogas, e a outra, é alguém incentivar o consumo colocando em risco a vida do trabalhador em benefício próprio”.

 Bebida alcoólica 

No Piauí, 2º Estado com maior número de mão de obra escrava, a delegada do Trabalho, Paula Mazulo, declarou que está em alerta sobre casos de atravessadores oferecendo drogas para os trabalhadores. Porém, destacou que casos de uso de crack ainda não foram notificados no Estado.


“Temos recebido denúncias de que os canaviais há um grande consumo de bebida alcoólica, mas aqui ainda não registramos casos do uso de crack”, disse a delegada. No Piauí, foram registrados mais de 100 denúncias de exploração de trabalhadores desde o ano passado até agosto. 


Flash Yala Sena
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