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Delegado da Cico diz que é filiado ao PPS e não esconde nada

O delegado Paulo Nogueira, presidente do inquérito do caso Fernanda Lages, descartou pedir afastamento do caso e admitiu ser filiado a partido político. Ele disse que desde 1993 participa da política em sua cidade natal, Corrente, mas não é atuante. As declarações foram dadas na manhã desta quinta-feira(06), na sede da Comissão Investigadora do Crime Organizada (Cico). 
 
Sobre a sua saída do caso, Nogueira diz que os promotores não podem afastá-lo. “Eles não têm poder para afastar alguém. Isso só compete aos meus superiores da Polícia Civil”, informou, ao lado do presidente da Cico, delegado Armandino Pinto, que nega o afastamento.
 

Caroline Oliveira/Cidadeverde.com


"Não estamos escondendo nada", frisou o delegado, pedindo que a população aguarde o resultado das investigações. Ele declarou ser precipitado falar agora em nomes de suspeitos sem as provas periciais. 

O delegado disse ainda que os promotores ainda “não se interessaram em conhecer a fundo o inquérito” que já possui dois volumes e mais de 600 páginas entre depoimentos e documentos e este número pode chegar a mais de duas mil páginas. “Eles sabem tanto do inquérito quanto uma pessoa em Morro Cabeça no Tempo”, pontua.
 
“Quando assumi esse caso, a política nunca passou pela minha cabeça. Mas hoje sou filiado ao PPS”, afirma. Nogueira diz ainda que apoiou um candidato a governador na década de 1990 e chegou a concorrer a uma eleição para prefeito pelo PMDB, mas que não obteve bom desempenho nas urnas. 

Reação

O promotor Ubiraci Carvalho, que acompanha o inquérito da morte da estudante Fernanda Lages Veras, comentou as declarações que o delegado e disse achar lamentável. “Se ele disse isso eu lamento, porque a polícia em 40 dias, ainda não apontou suspeitos ou autores do crime. É triste. É fazer chacota com o trabalho do Ministério Público. Eu não conheço Morro Cabeça no Tempo, prefiro conhecer os autores da morte de Fernanda”, declarou Rocha, para o Cidadeverde.com, após a reunião entre o Ministério Público e a cúpula da Polícia Civil para afinar os discursos. 





Já o promotor Eliardo Cabral rebateu as críticas dizendo que conhece do inquérito o que interessa. “Nós conhecemos os laudos periciais, os depoimentos de duas testemunhas, os indícios importantes e conheço também Morro Cabeça no Tempo. Não preciso ler duas mil páginas que não me dizem nada”, afirmou.
 


Caroline Oliveira
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