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COB corta dois atletas da seleção de natação para o Pan

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O domingo, 9, foi de tristeza na equipe de natação que está fazendo aclimatação em San Luis Potosí, a 335 quilômetros de Guadalajara. Foram divulgados os nomes dos atletas cortados da delegação: Rodrigo Castro e Ana Carolina Santos. Ambos eram suplentes das equipes de revezamento 4x200m livre.


O Comitê Organizados dos Jogos (Copag) solicitou o corte porque o número de vagas na Vila Pan-Americana diminuiu, e o número total de nadadores, incluindo todas as delegações, excedeu o olimite de 256 atletas. Em seu site oficial, o COB afirmou que o Copag havia solicitado seis cortes, o que atingiria também praticantes do tiro esportivo e do atletismo. Graças à sua influência política, o COB conseguiu evitar o desligamento de quatro atletas.


De acordo com nadadores ouvidos pelo Estado, o COB se prontificou a pagar a hospedagem dos dois nadadores em hotéis, mas a decisão final foi mesmo pelo corte. "É uma decisão unânime e definitiva. Se fosse uma competição que decidisse a vida deles, poderíamos tentar fazer uma revolução, mas ela não seria prática", afirmou o chefe da equipe de natação da CBDA, Ricardo de Moura. Segundo ele, o Copag não daria a Ana Carolina e a Rodrigo a credencial definitiva para que pudessem participar das competições.


A reação de Ana Carolina, que chorou, emocionou a delegação. Seria o seu primeiro Pan, e sua mãe já havia comprado passagem para acompanhar a competição. A atleta de 20 anos foi a 15ª colocada no Mundial Júnior nos 100m livre, em 2008. Seu feito mais importante havia sido mesmo a obtenção do índice A para o Pan. Já o veterano Castro, que disputou três Olimpíadas, foi mais contido.


 "Um chorou por dentro, a outra por fora", disse Ricardo. "Ele teve uma reação olímpica". O nadador mineiro de 31 anos conquistou bronze no Pan de Santo Domingo, em 2003, nos 200m livre, e prata no 4x200m.


O critério utilizado foram os resultados dos Jogos Olímpicos de 2008. As equipes brasileiras de revezamento com piores desempenhos tiveram seus suplentes cortados. Os treinadores ainda vão decidir quais nadadores passarão a ser suplentes.


Moura dá declarações retóricas de impacto, que contrastam com sua atitude. Ele nem mesmo encaminhou um protesto formal. "O protesto não levaria a nada. O nosso foco serão os 38 nadadores que restaram. Eles vão nadar por 40. Vamos demonstrar nossa insatisfação dentro da piscina. Iremos a Guadalajara com uma estratégia de guerra. No bom sentido".


Diogo Yabe, que já chegou a falar em se criar uma entidade para defender os interesses dos nadadores, ficou indignado. "Acho que o Pan perdeu um pouco da sua credibilidade com esse episódio". A veterana Fabíola Molina ficou chateada pelo impacto que o corte pode causar na motivação dos dois nadadores.


Moura fez até menção velada ao episódio de doping de Cesar Cielo para comentar o impacto do corte. "Dar essa notícia aos atletas foi uma das coisas mais difíceis que fiz na minha vida. E olha que este ano tem sido difícil..."



Fonte: Estadão
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