A Polícia Civil do Piauí divulgou na manhã desta terça-feira (25) o relatório do inquérito do caso da morte da universitária Fernanda Lages, encontrada morta no dia 25 de agosto deste ano. O delegado que preside o inquérito, Paulo Nogueira, da Comissão Investigadora do Crime Organizado (Cico), apresentou o trajeto que a jovem fez desde o bar Pernambuco, na avenida Miguel Rosa, até o prédio da Procuradoria Regional da República, onde seu corpo foi achado.
Segundo o delegado, a jovem saiu do bar Pernambuco e tomou a avenida Miguel Rosa, em direção a zona Sul. Ao tempo em que exibia um vídeo, que provavelmente mostra o carro de Fernanda, o delegado diz que a universitária costumava dirigir com o vidro aberto, colocando o braço para fora, para fumar.
A jovem contorna o prédio do DER, fazendo o retorno para pegar a avenida Frei Serafim e por duas vezes tem seu trajeto filmado: uma pelo posto que fica no retorno (onde foi registrada às 5h25, segundo o horário da câmera) e outra ao longo da via.
Paulo Nogueira diz ainda que na avenida João XXIII, Fernanda para em frente à construção do prédio do TRT, passa do portão e dá marcha ré por cerca de 20 metros até posicionar seu carro onde ele foi encontrado.
Fernanda entrou pelo portão e dobrou à direita, indo em direção à parede. Foram exibidos dois vídeos, um com a visão de longe e outra com a visão de Fernanda. O vigia Domingos estava próximo ao muro da PRF, a cerca de 40 metros e disse ter visto uma pessoa entrar, abrir o portão e ir até a entrada da obra do MPF. O laudo mostra que o vigia tinha plena visão da jovem.
O delegado descreve ainda que Fernanda pode ter ido por dois caminhos para pegar a escada que a levaria até o topo do prédio: uma pela lateral e outra pela garagem. O outro vigia e um funcionário que trabalhava e dormia na obra também estavam na construção.
Segundo Paulo Nogueira, através das investigações pode-se concluir que tudo o que aconteceu com Fernanda se passou neste prédio. Entretanto, a polícia não soube explicar o que aconteceu desde a escada até a parte em que Fernanda chega ao topo do prédio e despenca da altura de 29 metros, dando início a uma das mortes mais misteriosas da história do Piauí.
Carlos Lustosa Filho
