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Procurador vai acionar CBF contra gestão da Federação de Futebol do PI

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Em entrevista no Jornal do Piauí desta terça-feira (15), o procurador Paulo Aragão anunciou que vai acionar a Confederação Brasileira de Futebol - CBF - contra a atual gestão da Federação de Futebol do Piauí - FFP. Ele alega que Cesarino Oliveira, eleito no início de novembro, não tem legitimidade para estar no cargo. Um dos motivos chega a ser de conclusão simples: se Lula Ferreira não poderia ser candidato à reeleição no ano passado por inadimplências da entidade, Cesarino, que fazia parte da direção da entidade, estaria impedido pelo mesmo motivo,


Paulo Aragão é procurador do Tribunal de Justiça Desportiva do futebol piauiense desde março de 2010 e alega que seu posto continua válido. No entanto, quando obteve ação na Justiça do Piauí para assumir a FFP, Cesarino Oliveira apontou artigo do estatuto da entidade para uma nova composição do TJD, que Aragão também considera ilegítimo. 

"Não há legitimidade do atual dirigente da Federação, embora haja uma ordem judicial que o mantém", disse Aragão, que anunciou o envio para a CBF do que tem ocorrido no Piauí. "Inicialmente será oferecida a denúncia pelas irregularidades". A intenção é pedir a abertura de inquérito administrativo.


Questionado pelo jornalista Tony Trindade sobre a postura do TJD perante os problemas do futebol piauiense, Paulo Aragão rebateu. "O Tribunal tem agido. O que acontece é que as determinações do Tribunal não são atendidas pela federação". O procurador disse que a relação com Lula Ferreira era amistosa, ao contrário do que ocorre com Cesarino Oliveira. 

Contestação
Um dos argumentos usados por Cesarino Oliveira para ingressar com ação na Justiça comum foi de que a Justiça Desportiva não teria recebido suas denúncias contra Lula Ferreira. Paulo Aragão admitiu que os problemas de inadimplência da entidade atribuídos ao ex-presidente só vieram ao TJD após a denúncia na Justiça comum. "As irregularidades começaram a ser observadas a partir do momento em que foi levado aos tribunais ordinários o incidente da eleição passada". Ele mas nega que o Tribunal tenha recebido queixa do atual gestor. "Se isso tivesse chegado até lá, acredito que o senhor Cesarino não seria presidente da Federação. Se Lula está inadimplente, ele como diretor também está". 


Outra contestação de Paulo Aragão é de que a Justiça Federal é que deveria se pronunciar no caso do futebol piauiense, e não a Justiça do Piauí, que concedeu liminar em favor de Cesarino Oliveira. Além disso, a mesma só entraria na ação depois de esgotadas todas as etapas na Justiça Desportiva. 

Nova entidade
Sobre a criação da Federação Piauiense de Futebol - FPF -, entidade com clubes que se desfiliaram da FFP, Paulo Aragão afirmou ser um direito do cidadão fundar sua entidade e deu a entender que há mecanismo jurídico para descredenciar a Federação de Futebol do Piauí, fundada há 70 anos - atitude que ele considerou ser extrema. 


Sem receber salário desde quando entrou no TJD, Paulo Aragão reclama de arrombamentos a cada nova posse de presidente da FFP, onde o Tribunal funciona em uma sala minúscula. "O Tribunal vegeta dentro da Federação há anos", lamenta. Depois da entrevista, ele respondeu questionamentos do público, negando que sua postura de contestação a Cesarino Oliveira se deva por supostamente estar ligado ao grupo de Lula Ferreira. 

Fábio Lima
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