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CBV não acredita em legado após Jogos Olímpicos do Rio

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O legado que será deixado para o esporte brasileiro após a Olimpíada do Rio, em 2016, é motivo de opiniões divergentes entre duas das principais entidades esportivas do País. Para o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ary Graça, os recursos estão sendo concentrados na conquista de medalhas, mas deveria haver destinação de verba específica para o aprendizado e treinamento dos novos atletas. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) discorda.


"Não se está fazendo nada para que o esporte brasileiro continue bem depois de 2016", disse o presidente da CBV - confederação olímpica brasileira mais vitoriosa dos últimos 20 anos -, na última terça-feira, durante o 4.º Seminário Nacional de Fomento e Incentivo ao Esporte, realizado no Rio.


A afirmação foi feita duas vezes durante o evento, aberto à imprensa. Ao sair, em entrevista ao Estado, Graça foi mais ponderado. "As pessoas estão muito dedicadas em ganhar medalhas e o dinheiro está sendo carreado quase todo para isso", afirmou Graça. "Paralelamente, na CBV, eu reservo um dinheiro para ganhar medalhas, mas tenho de olhar lá na frente a preservação delas por meio do ensino e da preparação das pessoas para o futuro, inclusive, no meu lugar."


Tanto COB quanto Ministério do Esporte não foram citados nominalmente pelo presidente da CBV, mas são os principais responsáveis pela preparação de atletas no Brasil.


Por meio de sua assessoria de imprensa, o COB informou que o planejamento estratégico para 2016 vai além da meta traçada de colocar o Brasil entre os dez primeiros no quadro de medalhas. "Esse planejamento visa dar ao País resultados consistentes e permanentes para o esporte brasileiro também nos Jogos Olímpicos de 2020, de 2024..."


A assessoria do Ministério informou que o governo federal tem tomado uma série de iniciativas para projetar o País como potência esportiva mundial a partir dos Jogos do Rio.


Atletas. Para o mesa-tenista Hugo Hoyama, de 42 anos, segundo maior medalhista brasileiro em Pan-Americanos, "o trabalho tem de ser ainda mais forte depois de 2016". "O Ary é um dirigente muito experiente, tem uma visão privilegiada, ele sabe o que fala. Que (a declaração de Graça) sirva de alerta para que isso não aconteça", afirmou o atleta.


Sandra Pires, medalha de ouro nos Jogos de Atlanta (1996) e bronze em Sydney (2000), no vôlei de praia, disse que é preciso estruturar "muita coisa" até 2016. "É preciso organizar o esporte, manter o que já tem de positivo e acrescentar bastante. O pós-2016 vai ser a consequência disso", disse a jogadora.


Na semana passada, o ex-número um do mundo pela ATP, Gustavo Kuerten, deu o alerta sobre os Jogos do Rio: "Não adianta ter uma bela oportunidade e deixá-la passar em branco".



Fonte: Estadão

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