Em menos de cinco dias duas casas as casas de dois agentes penitenciários de Parnaíba foram baleadas. O primeiro caso aconteceu na quinta-feira (25) e o caso mais recente na noite de terça-feira (31). Nas duas ocasiões os imóveis foram alvo de três tiros.
Segundo André Seixas, representante do Sinpoljuspi em Parnaíba, os dois casos são bastante parecidos e tem sempre a figura de duas pessoas em uma moto, que atiravam contra as residências. As casas pertencem a um agente que trabalha nos corredores do presídio e outro na remoção dos detentos.
Foto: Blog do Yuri Gomes
“O primeiro atentado aconteceu por volta das 22h na Ilha Grande de Santa Isabel. O segundo foi ontem, no conjunto Betânia a mais de 10km do primeiro caso. Este é um atentado contra a classe, não necessariamente contra as pessoas”, descreve.
Seixas conta ainda que os casos começaram após um “preso de alta periculosidade” ter sido libertado e que os episódios podem se tratar de uma revanche. “Logo após o último atentado, ligaram para a penitenciária dizendo que o próximo tiro ia ser na cabeça do agente e que tinham outras pessoas que estavam na lista”, revela.
O representante do Sinpoljuspi também acredita que os episódios possam ser o resultado da impunidade a criminosos na cidade. “Os crimes estão aumentando em Parnaíba e os bandidos não estão sendo presos. Isso faz com que eles se sintam poderosos e imunes à lei”, descreve. André Seixas também acredita que o arrocho à indisciplina no presídio também cause a revolta dos detentos. “Hoje fazemos um trabalho mais severo. Já encontramos celulares e até punhal nas revistas. Quando encontramos esse tipo de objeto os presos perdem regalias e são punidos com trinta dias na triagem onde não poderão receber mais visita e alimentação de familiares. Isso gera descontentamento”, pontua.
Insegurança
André Seixas reclama ainda que, no final do ano passado, a Secretaria de Justiça pediu que os agentes que possuíam armas cedidas pela PF entregassem seus armamentos para fosse realizada uma manutenção, fazendo com que os servidores não tenham a arma para sua própria defesa. “O agente deve ter uma arma cautelar, o estatuto prevê. Somos 60 agentes em Parnaíba e há apenas quatro revólveres calibre 38 e três escopetas para uso em escolta, não temos nenhuma em uso”, pontua.
Trecho dos Boletins de Ocorrência
Trecho dos Boletins de Ocorrência
Os agentes que tiveram suas casas alvejadas registraram Boletim de Ocorrência e a categoria quer mais segurança por parte da Polícia Militar.