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GAM acha pistola rara em operação de destruição de armas

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Uma pistola da marca Browning, modelo 1900, projetada nos Estados Unidos e fabricada na Bélgica, foi encontrada durante operação da Polícia Civil na última sexta-feira (3).


Enquanto a Gerência de Armas e Munição realizava procedimentos preliminares para destruição de armas de fogo, conforme determina o Estatuto do Desarmamento, a pistola antiga chamou a atenção dos policiais civis lotados na GAM.

O aço forjado e envelhecido, o design e os mecanismos de disparo e ejeção de cartucho, despertaram a curiosidade dos agentes que logo procederam à pesquisa para identificar o modelo, fabricante e a possível história da arma em questão.

Trata-se de uma das primeiras pistolas semi-automáticas a ser produzida em larga escala. O modelo foi desenvolido em 1989 por um dos armeiros mais talentosos da história da humanidade, John Moses Browning (1855-1926), e serviu de base para todas as outras pistolas desenvolvidas até então no mundo, sendo a base das pistolas Colt.

Segundo foi levantado pela numeração inscrita na pistola, a referida arma foi fabricada nos primeiros lotes da produção, tendo aproximadamente 106 anos de idade. A Browning 1900 não é somente uma arma antiga, tem valor histórico bastante relevante uma vez que foi a primeira pistola de porte e defesa pessoal do século XX, e  "a arma responsável pela consolidação e introdução comercial do cartucho 7,65mm, que na verdade, era um desenho derivado do .32 Bergmann Simplex", diz o especialista em armas antigas Carlos F. P. Neto.
 
"Uma das características marcantes dessa arma era a sua mola recuperadora, alinhada sobre o cano e paralela ao mesmo. A capacidade do carregador era de sete cartuchos. Nesta época já se notava o acabamento esmerado e o emprego, pela Fabrica Nacional de Armas de Guerra, de materiais de alta qualidade, o que contribuiu para a ótima aceitação de suas armas no mercado.
 
A Pistola Browning 1900 e o disparo que deflagrou a Primeira Guerra Mundial

"A título de curiosidade, por muito tempo atribuiu-se a esse modelo o fato dele ter sido utilizado no atentado ao Arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, quando em visita a Saravejo, na Bósnia, em 28 de junho de 1914, evento que desencadeou a I Grande Guerra. Devido à essa fama, essa arma recebeu o codinome de mata-duques", explica Carlos. F. P. Neto.

Segundo o Delegado de Polícia Civil, João Paulo de Lima, as armas de valor histórico-cultural não serão destruídas, conforme determina a lei, devendo ser encaminhadas para museu, que será oportunamente definido pelo Governo Federal.

Da Redação
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