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Eloá: réu pode pegar 100 anos de prisão

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Lindemberg Alves, 25, chegou ao Fórum de Santo André, no ABC Paulista, onde será julgado pelo assassinato de Eloá Pimentel, que tinha 15 anos. Em outubro de 2008, Lindemberg manteve Eloá, sua ex-namorada, como refém por cerca de cem horas. O réu vai a júri popular, e a previsão é que o julgamento, que será conduzido pela juíza Milena Dias, dure de três a quatro dias.


Lindemberg é acusado de cometer 12 crimes, entre eles homicídio duplamente qualificado por motivo torpe, tentativa de homicídio (contra Nayara Rodrigues, amiga de Eloá também feita refém e que levou um tiro no rosto, e contra o sargento Atos Valeriano, que participou da ação), cárcere privado e disparos de arma de fogo. Se for condenado por todos os crimes, a pena pode ser superior a cem anos de prisão --Lindemberg está preso desde 2008.

Ao todo, serão ouvidas 19 testemunhas, sendo cinco de acusação e 14 de defesa. As testemunhas de acusação convocadas pelo Ministério Público são Nayara Rodrigues; Vitor Lopes de Campos e Iago Vilela de Oliveira, amigos de Eloá que estavam no apartamento dela quando Lindemberg o invadiu; Ronickson Pimentel, irmão mais velho da vítima; e o sargento Atos Valeriano, que participou da negociação para libertação das reféns e também foi baleado.


Já a defesa chamou 14 testemunhas, sendo quatro peritos criminais, um advogado, o delegado que presidiu o inquérito policial, dois policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e seis jornalistas, entre eles Sonião Abrão e Roberto Cabrini.

Linha de acusação

Durante o julgamento, a promotora Daniela Hashimoto irá sustentar que Lindemberg é um jovem agressivo e possessivo, e que premeditou o assassinato de Eloá. “Ele foi até lá com a intenção de matar. A história começou dias antes daquele 13 de outubro [quando Lindemberg invadiu o apartamento]. Ele já vinha a ameaçando, tanto que 15 dias antes chegou a agredi-la, sempre com aquele papo de que ‘se não vai ser minha, não vai ser de mais ninguém’”, disse.


Para a promotora, Lindemberg só não cometeu o crime assim que chegou à casa de Eloá porque queria explicações dela sobre o motivo do fim do relacionamento.

Daniela disse ainda que o fato de Lindemberg ter tido a preocupação de retirar do apartamento o irmão mais novo de Eloá, Douglas, que era seu amigo, é mais uma indicação de que o crime foi premeditado --as gravações telefônicas da tentativa de negociação entre Douglas e Lindemberg serão usadas pela promotoria, bem como um laudo que comprovaria que as balas que mataram Eloá foram disparadas pela arma de Lindemberg.

Entenda o caso

Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos, invadiu o apartamento de sua ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, 15, no segundo andar de um conjunto habitacional na periferia de Santo André, na Grande São Paulo, no dia 13 de outubro de 2008. Armado, ele fez reféns a ex-namorada e outros três amigos dela, que estavam reunidos para fazer um trabalho da escola.

Em mais de cem horas de tensão, Lindemberg chegou a libertar todos os amigos, mas Nayara Rodrigues acabou retornando ao cativeiro, no ponto mais polêmico da tragédia --a polícia foi bastante criticada pela ação.

Em depoimento, Nayara afirmou que, após ter sido liberada, foi procurada por policiais que queriam que ela tentasse convencer Lindemberg a libertar Eloá pelo telefone. Então ela os acompanhou até o local do sequestro e foi orientada pelo rapaz ao celular a subir as escadas. Nayara disse que Lindemberg prometeu que os três desceriam juntos, mas, quando chegou à porta, viu que ele estava com a arma apontada para a cabeça de Eloá. Então, ele puxou Nayara para dentro do apartamento e não a libertou mais.

Mais tarde, policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) invadiram o apartamento, afirmando que ouviram um estampido do local. Em seguida, foram ouvidos tiros. Dois deles atingiram Eloá, um na cabeça e outro na virilha, e outro atingiu o nariz de Nayara. Eloá morreu horas depois. Lindemberg foi preso.



Fonte: Uol







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